Futebol

Rodrigo Poletto fala sobre a saída do clube

Rodrigo Poletto, preparador físico que deixa o Vasco, juntamente com Cristóvão, fala ao repórter Gustavo Penna sobre sua decisão de sair com o ex-treinador.

Rodrigo, a gente sabe da parceria que você tem com o Cristóvão e tinha anteriormente com o Ricardo Gomes. Como foi esse processo de decisão por sair do clube? Como foi trabalhado isso entre você e o Cristóvão?


“Nesse momento a gente se sente muito triste, até por um trabalho que a gente ta no clube a mais de um ano e meio, um trabalho sólido que a gente construiu, um trabalho muito bom, onde a gente conseguiu resgatar a auto-estima desde o começo do ano quando a equipe chegou, toda a comissão técnica, os jogadores, estavam com a auto-estima baixa, fizemos um trabalho em conjunto com todos, montamos uma estrutura muito boa na preparação física, na fisiologia, na fisioterapia, e esse tempo todo tivemos excelentes resultados ai em conjunto, conseguimos passar por várias dificuldades dentro do clube, mas com uma estrutura bem organizada, bem montada e isso claro, nos deixa triste por sair desse projeto, mas futebol é assim mesmo, a gente continua seguindo ai com o Cristóvão, com o Ricardo, a gente tem uma equipe junto, quando o Cristóvão resolveu sair, a gente tem uma equipe né, mas fico triste por deixar o Vasco, que nos ajudou bastante também, proporcionou a gente a trabalhar de uma forma conjunta, mas foi muito bom. Infelizmente o futebol tem isso ai, mas na sequencia é continuar torcendo pelo clube.”

Como foram os minutos finais, o processo de decisão até ser definida a saída de vocês?

“Foi um momento triste pra nós, um momento difícil, abandonar um projeto que a gente confiava, que a gente acreditava, mas no momento a gente sentia que talvez uma mudança fosse o melhor para o clube, talvez pudesse ser o melhor pra todos nesse momento, por mais que a gente fique triste com a nossa própria saída, com abandonar um projeto, a gente sentiu que no momento, seria melhor uma mudança, uma mexida, que precisava acontecer pra que houvesse uma mudança rápida, o futebol é muito rápido, principalmente o Campeonato Brasileiro.”

O Cristóvão passou esses últimos meses à frente do Vasco e já sofria com a desconfiança do torcedor. Nos últimos meses ele foi massacrado pelo torcedor, com críticas, vaias, você acha que essa postura do torcedor influenciou na decisão do Cristóvão?

“Eu acho que é um todo né, é uma sequencia de coisas, de fato, a gente não tava conseguindo resultados como a gente sempre conseguiu, a impaciência do torcedor a gente entende, apesar de que em todo momento a gente estava entre os quatro primeiros, mas a gente sabe como é a cobrança em clube grande, então a gente entende a torcida, entende essa cobrança excessiva, e a gente acredita que no momento as mudanças podem colocar o Vasco no caminho das vitórias, iniciando novos projetos, novos trabalhos. O torcedor nesse momento quer o resultado, ta chateado, mas tem que continuar ajudando mesmo com a nossa saída.”

Qual a nota que você deixaria para o condicionamento físico do Vasco da Gama?

“Eu acho que a gente conseguiu fazer um trabalho muito bom, claro que nos últimos tempos a gente teve um pouco de dificuldades, principalmente remontando a equipe no Campeonato Brasileiro. Nós tínhamos uma equipe muito forte, tinha vindo de uma pré temporada forte, mas a partir do momento em que se tira muitas peças e traz peças de outros locais, tem atletas com condições físicas diferentes, com metodologias de treinamento diferentes, e até esses atletas se encaixarem no mesmo nível que os outros estão, isso causa um desequilíbrio na equipe, então isso muitas vezes passa, a equipe ta com muita dificuldade física e apresenta realmente a mudança de atletas, isso tudo causa um desequilíbrio na equipe, e ai a gente bate na tecla da continuidade. Sempre que se consegue uma equipe desde o inicio do ano, fazendo uma pré temporada, mantendo o mesmo ritmo de treinamento pra toda a equipe, você consegue uma equipe muito forte na parte física também, e quando se tenta remontar uma equipe, quebra esse equilíbrio que a equipe tem, e desequilibra fisicamente em muitos aspectos. Mas eu avalio nosso trabalho como um trabalho muito forte, muito sólido e que teve um resultado muito bom até hoje.”

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