Pessoa que transita dentro do Vasco comenta ambiente do clube
A derrota por 4 a 0 para o Bahia, no domingo, não provocou apenas o pedido de demissão de Cristóvão Borges. Internamente, o resultado movimentou de forma ainda mais intensa os bastidores do Vasco. São muitos os focos de insatisfação com o presidente Roberto Dinamite e com aqueles que dirigem o clube, e esse descontentamento vem principalmente de pessoas que estão no dia a dia de São Januário. A queixa é de que o resultado do último domingo foi o sintoma da falta de comando que tomou conta de muitas das esferas do futebol cruz-maltino.
- Essa goleada foi a exposição absoluta do que se passa fora de campo. O técnico vira a bola da vez, é sempre o alvo principal. Mas será que deram ao Cristóvão a condição para ele trabalhar? - questionou uma pessoa que transita no dia a dia do Vasco.
Nomeado diretor de futebol após negociações com Newton Drummond, ex-Internacional, e Ocimar Bolicenho, ex-Santos, Daniel Freitas é visto como bem-intencionado e trabalhador, mas inexperiente e, ao mesmo tempo, sem ter a autonomia do presidente para trabalhar. A atuação do dirigente é constantemente questionada por conselheiros e dirigentes do Vasco, mas inicialmente não haveria a intenção de tirá-lo do cargo.
Algumas pessoas ligadas ao departamento de futebol também identificam que houve uma tentativa interna de minar o trabalho do técnico Cristóvão Borges, que não suportou o ambiente e pediu demissão nesta segunda-feira. Muitos enxergam, por exemplo, que a escalação pouco usual pela qual o treinador optou no último domingo foi um sintoma de sua insegurança em meio ao conturbado ambiente que vivia em São Januário.
- Estamos vivendo um momento mais delicado do que esses 4 a 0 - resumiu outra pessoa ligada ao departamento de futebol do Vasco.
Desde o fim da partida contra o Bahia, o vice-presidente geral, Antônio Peralta, foi o único integrante da diretoria a se pronunciar sobre o fato, garantindo que não haveria mudanças no comando da equipe, o que acabou acontecendo na segunda-feira, a pedido de Cristóvão. Normalmente, Peralta convive mais com a gestão das categorias de base.