Wendel teve bom retorno ao Vasco, com desarmes e assistências
Na noite que testou seu quarto ataque à frente do Vasco, o técnico Paulo Autuori deu pistas da cara que o seu time vai ter durante o Campeonato Brasileiro. Com um losango no meio de campo e muita marcação no setor, o treinador deixou o garoto Alisson solto para criar e se movimentar bastante. Foi numa jogada que pegou a bola na ponta esquerda, girou para Wendel e correu para receber na frente que saiu o gol do jogador, emprestado pelo Cruzeiro, na vitória por 2 a 0 em cima do Atlético-MG.
A partida também marcou algumas mudanças importantes na equipe. Depois de ser capitão no início da era Autuori, Fellipe Bastos parece que vai ter dificuldades para recuperar sua posição. De volta ao time titular, Wendel foi o líder em desarmes no jogo: roubou oito vezes a bola do Galo, o mesmo número de Luan na zaga. Sandro Silva, volante mais fixo, e Nei fizeram sete desarmes cada um. Se o time com Wendel e Pedro Ken, dois jogadores que compõem melhor a defesa, ficou um pouco mais lento na saída para o ataque, ele participou mais da marcação e errou menos passes.
Na frente, a indefinição continua. Depois de Eder Luis e Tenorio, Thiaguinho e Tenorio, Edmilson e Tenorio, o treinador resolveu barrar o equatoriano. Edmilson foi mantido e Carlos Alberto jogou mais adiantado, solto ao lado de Alisson, que alternava pelos lados do campo e penetrava pelo meio. O técnico Paulo Autuori, com ressalvas, gostou do desempenho do time na parte ofensiva.
- Necessitamos de mais contundência nesse último terço do campo. Já vejo alguma melhora desde o jogo contra o São Paulo e contra o Atlético também. Lógico que não dá para resolver com poucos treinos, na base da conversa e na inspiração dos jogadores. Mas já melhorou um pouco mais - disse o treinador.
Veja alguns destaques e curiosidades do Vasco na partida.
Posse de bola
Uma coincidência marcou a segunda vitória do Vasco no Brasileiro. Como aconteceu na estreia contra a Portuguesa, o Vasco teve menos posse de bola que o adversário e mesmo assim venceu. Na estreia, ficou 37% do tempo com a bola contra 63% da Lusa. Nessa noite de quarta, 46% diante de 54% do Atlético-MG. Nas duas partidas fora do Rio, o Vasco ficou mais com a bola, embora só tenha feito um gol após falha de Rogério Ceni, aproveitada por Dakson. Contra o Vitória, terminou o jogo com 60% a 40% contra o time baiano. No Morumbi, na derrota por goleada (5 a 1) para o São Paulo teve 53% a 47% dos tricolores paulistas.
Bem organizado
O time fez apenas quatro jogadas pela linha de fundo. Duas vezes com Pedro Ken, que subiu mais ao ataque do que Wendel, mais uma com Alisson e outra com Edmilson. No início, mesmo que aos trancos e barrancos, às vezes na habilidade também, superava a marcação e era o jogador mais perigoso do ataque do Vasco. No meio, Wendel ficava mais preso pela esquerda, embora dividisse os espaços na cobertura com Sandro Silva, enquanto Pedro Ken aparecia pelos lados do campo.
Noite de paredão
Criticado na partida contra o São Paulo, quando levou cinco gols, um deles quando a bola bateu nas suas costas, o goleiro Michel Alves brilhou na noite de quarta-feira em Volta Redonda. Ao todo, foram cinco grandes defesas, principalmente quando estava 1 a 0 para o Vasco.