Futebol

Um gostinho especial para quem caiu

O retorno do Vasco à Primeira Divisão teve um gostinho ainda mais especial para Tiago, Fernando, Vilson, Mateus, Souza e Alex Teixeira. Remanescentes do grupo que viveu o drama do rebaixamento no ano passado, eles aprenderam as duras lições da queda e conseguiram dar a volta por cima este ano. Para fechar a temporada em grande estilo, o objetivo é ganhar o título da Série B já contra o América-RN, sexta-feira, em São Januário.

Dos seis, quem mais se destacou em 2009 foi Alex Teixeira. Promessa da base com multa rescisória de R$ 100 milhões, o meia-atacante subiu aos profissionais justamente no pior ano da história do clube. A responsabilidade pesou para o garoto, que deixou muito a desejar em 2008.

“Ano passado, o Vasco botou uma responsabilidade muito grande em cima de mim. Não podia, um jogador jovem de 18 anos ter que entrar em campo para decidir jogos. Não é assim”, defende-se a revelação vascaína.

A desconfiança da torcida com o garoto só acabou durante a Série B, quando o futebol de Teixeira desabrochou. “Desde que subi, tive uma pressão muito grande e não consegui responder à altura. Mas, este ano, o Dorival conversou bastante comigo, me colocou aos poucos para jogar e hoje estou em grande fase”, analisa o jogador, que brilhou pela Seleção sub-20 e atraiu o interesse de vários clubes europeus.

Além do trabalho de psicólogo do técnico Dorival Júnior, o jogador parece ter se encontrado fora de campo. A drástica mudança de Belford Roxo, cidade onde nasceu, para a Barra já foi assimilada. Assim como a badalação e o assédio aos quais foi submetido tão cedo. “Eu estou mais maduro, consciente. Eu caí, mas ajudei o Vasco a voltar à elite”, festeja.

O novo xerife da Colina

Outro jogador que sentiu na pele a revolta da torcida com o rebaixamento foi o zagueiro Vilson. Em 2008, ele era reserva de Jorge Luiz e Eduardo Luiz. Quando entrava em campo, sofria com as vaias. “As últimas rodadas foram dolorosas, as coisas foram afunilando até o dia da queda”, lembra o zagueiro de 21 anos, que se superou em 2009. “O futebol dá muitas voltas. Tive um momento ruim e tirei lições para dar a volta por cima”.

Este ano, a história do zagueiro mudou. Depois de Fernando Prass, que disputou todos as partidas da Série B, Vilson é o jogador vascaíno que mais atuou na competição — 29 vezes. O defensor atribui sua regularidade à força do elenco.

“A gente vê um grupo muito amigo. Todo mundo procura se ajudar, até mesmo quem disputa a mesma posição”.
O volante Mateus pensa da mesma forma. “Ano passado, não fizemos um trabalho bem feito, apesar de não ter faltado empenho”, admite o jogador, que destaca a importância do título: “Queremos coroar a volta com a conquista”.

Fonte: O Dia