Torcida foi fundamental na vitória do Vasco sobre o Cruzeiro
No Dia dos Namorados, mais de 60 mil vascaínos deixaram o Maracanã, neste domingo, declamando a plenos pulmões seu amor pelo clube. Saíram felizes pela vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro. E orgulhosos pelo time que, se não é brilhante tecnicamente, é organizado e jogo após jogo, entra com a faca nos dentes em campo. Os torcedores comemoraram como se fosse uma final? Sim. Provavelmente porque o atual elenco do Vasco trate cada partida como uma decisão.
Tem sido assim ao longo da Série B. O mérito do Vasco, que está invicto em 12 rodadas, é não deixar essa chama apagar. O time às vezes vai bem, às vezes vai mal, mas jamais deixa de ser competitivo. Geralmente se impõe fisicamente e ganha na raça.
Só entrega, no entanto, não bastaria. O Vasco hoje é um time organizado. Após um Campeonato Carioca irregular, a equipe se encaixou na Série B. Começou pela defesa, que sofreu apenas cinco gols e se portou bem contra adversários grandes, como Bahia, Grêmio e Cruzeiro, quando não foi vazada. Nas últimas rodadas, ainda com Zé Ricardo e posteriormente com Emílio Faro, o setor ofensivo evoluiu e apresentou um repertório maior.
Talvez esses sejam esses os maiores desafios de Maurício Souza, técnico que chega para o lugar de Zé Ricardo e assume o Vasco nessa semana. Manter o time com os pés no chão, o espírito aguerrido em todos os jogos, além da consistência defensiva, marcas da equipe na Série B.
Em sintonia com a arquibancada
O Vasco vem jogando em São Januário sempre lotado, mas o clima no Maracanã, neste domingo, era diferente. Tinha atmosfera de jogo grande, especial. E o time entrou em campo com esse espírito. Apesar de ter tido alguma dificuldade inicial para chegar à área do Cruzeiro, o clube carioca se impôs na vontade e controlou o primeiro tempo.
A saída de bola, na ausência de Andrey, não foi a mesma. No entanto, mais uma vez o time foi sólido na defesa – salve dois erros de passes de Matheus Barbosa e Thiago Rodrigues que quase proporcionaram boas chances ao Cruzeiro. Com controle defensivo, Vasco passou a impor um maior volume de jogo e, empurrado pela torcida, criou chances. Chegou ao gol em uma bela jogada iniciada por Matheus Barbosa, passou por Pec e terminou com belo cruzamento de Nenê na cabeça de Getúlio.
Com o Maracanã inflamado, o Vasco cresceu, pressionou a saída de bola do Cruzeiro e teve chances de ampliar em cabeçada de Edimar e chute cruzado de Pec. Líder da Série B, o time mineiro parecia nervoso e levou perigo efetivo apenas em uma cobrança de falta de Bidu, defendida por Thiago Rodrigues.
Com a vantagem, o Vasco fez seu jogo no segundo tempo. Não deixou de lutar no ataque, mas também não criou muitas chances. Nenê foi a referência técnica, Figueiredo incomodou bastante e Gabriel Pec se desdobrou para ajudar a defesa e aparecer na frente.
Os destaques da etapa final, no entanto, vieram de trás. Quintero teve sua melhor atuação com a camisa do Vasco e ainda salvou um chute que parecia ter destino certo. Sempre muito regular, Anderson Conceição fez mais uma boa partida. Thiago Rodrigues foi bem quando acionado. E Yuri foi o leão de sempre. Hoje ele é o coração do time.
Um time sólido, que até passou por alguns sustos, mas se impôs contra o líder do campeonato, que não perdia há nove jogos e vinha de oito vitórias seguidas. Um recado claro de que o Vasco está na briga e trilha o caminho certo para o acesso. Só não pode deixar a chama apagar.
Fonte: Globo Esporte