Futebol

Ricardo Gomes conquistou o respeito de todos no Vasco

Ricardo Gomes primeiro chama jogadores de defesa para uma conversa no centro do gramado. Depois faz o mesmo com quem joga do meio para a frente, orientando o que pode ser feito no jogo contra o Avaí. É desta forma que o treinador tem feito seus ajustes na equipe: ao pé do ouvido. E, sem um único grito, já conquistou a confiança de seus comandados e o respeito dos profissionais que já trabalham há mais tempo no clube.

Gomes não é daqueles treinadores que ficam gesticulando ou gritando à beira do gramado. Mas isso não quer dizer que ele não faça cobranças ou que não seja entendido. Até quando não coloca a bola para rolar, faz um ajuste aqui, outro ali. E seus comandados aprovam.

– Às vezes uma conversa é melhor do que treinar. Nosso time está bem treinado e o Ricardo consegue fazer esses ajustes na base da conversa mesmo – disse Eder Luis.

O teor da conversa de ontem, no centro do gramado, não foi revelado. Mas Alecsandro, em tom de brincadeira, explicou por que o comandante gosta de chamar os jogadores para conversar ao pé do ouvido.

– Até por que, se ele não chamar bem próximo, ninguém ouve (risos). O Ricardo fala baixinho, é um rapaz educado. Não é de gritar. Se algum dia ele fizer isso, é por que tem algum avião caindo, algum ato terrorista. Tirar ele do sério... Sinceramente, nunca vi – destacou o camisa 9.

De fala mansa, mas com convicção. Desta forma Gomes também conquistou os mais experientes.

– Fala pouco, mas tem suas convicções e todos o respeitam – garantiu Gaúcho, um dos auxiliares técnicos, que está no clube há dez anos.

PALAVRA DOS COMPANHEIROS

Gaúcho- Auxiliar Técnico

Todos sentem uma segurança muito grande no Ricardo (Gomes). Ele tem esse jeito, mas é muito convicto em tudo o que faz, nas decisões que toma. Não precisa ficar se autoafirmando. Por isso, não fica esbravejando. Isso faz com que o clima fique melhor.

Ele costuma nos procurar, pedir opinião sobre jogadores, mas a avaliação final é dele.

Alecsandro- Atacante

O que o treinador passou para vocês durante aquela conversa no centro do gramado?

É uma conversa interna, vou falar algumas coisas aqui, mas nada do que ele falou diretamente, pois vai ficar entre nós, bem particular. Mas ele passou mais ou menos algo que podemos fazer de alternativo, se tiver algo de errado dentro do jogo, para acharmos soluções. No dia a dia, dá para ver que ele costuma chamar um ou outro jogador para conversar ao pé do ouvido.

Isso é sinal de que não precisa gritar para ser ouvido ou respeitado?


Ele passou por grandes clubes, sabe o que o jogador pensa, o que precisa ouvir. Aí, passa essas coisas para um ou dois.

Ele não costuma gritar...

É difícil tirar o Ricardo do sério. Espero nunca ver também. Não dizem que esses mais quietos, quando ficam bravos, são piores? (risos).

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)

Fonte: Jornal Lance