Penalty e DIS podem ajudar o Vasco a trazer reforços
A diretoria do Vasco definiu duas estratégias para reforçar a equipe com o baixo orçamento à disposição: trocar jogadores com outras equipes ou conseguir empréstimos de atletas pouco utilizados. Durante o primeiro mês de trabalho, o técnico Paulo Autuori, em conjunto com a sua comissão técnica, fez uma avaliação do plantel e determinou quais posições precisam de reforços e quais os pergil dos atletas que devem chegar.
Dessa forma, a cúpula de futebol cruz-maltino fez um mapeamento dos clubes brasileiros para encontrar jogadores compatíveis com as necessidades do elenco. Sem muito dinheiro em caixa, a solução encontrada foi buscar empréstimos ou trocar atletas que são considerados dispensáveis pelo treinador.
A primeira negociação desse tipo já encaminhada é a troca de Tenório por Maikon Leite, do Palmeiras. O equatoriano não se encontra satisfeito em São Januário. Tenório inclusive já demonstrou essa insatisfação no início da temporada, quando tinha salários atrasados e demorou a se apresentar ao grupo que realizava pré-temporada. O jogador de 33 anos não parece disposto a conviver com a instabilidade financeira do clube. Há algumas semanas, surgiram boatos de que a LDU, do próprio Equador, estaria interessada em contar com o atacante, mas as conversas não evoluíram.
Cientes da insatisfação de Tenório, os dirigentes do Vasco chegaram à conclusão que ele poderia ser envolvido em alguma troca. O alto salário do equatoriano não ajuda em uma possível permanência. Maikon Leite não consegue se firmar na equipe do Palmeiras e tem o interesse de disputar a Série A do Campeonato Brasileiro. O diretor executivo do Vasco, René Simões, vem mantendo contato com José Carlos Brunoro, responsável pelo futebol do Palmeiras. As conversas estão adiantadas e o acordo pode ser selado nos próximos dias.
Outro que não deve permanecer por muito tempo na Colina é o atacante Éder Luís. O jogador vem sendo alvo de críticas da torcida desde o início do ano e já mostrou irritação com essa cobrança. No início da Taça Rio, após derrota para o Volta Redonda, em São Januário, Éder, que deixou o campo vaiado, desabafou: \"Se a torcida quiser que eu saia, saio feliz\".
Porém, a diretoria do Vasco ainda não encontrou uma maneira de se desfazer do jogador, que também tem um salário considerado muito alto para a situação financeira vivida pelo clube. No início da temporada, o atacante teve sondagens do Grêmio, mas não houve avanço nas negociações. Nesta semana, um representante do Gigante da Colina entrou em contato com o Tricolor Gaúcho para saber se ainda há o interesse em contar com o jogador. A resposta não foi negativa, mas ainda não há nada de concreto na negociação.
René Simões ficou encarregado de buscar jogadores por empréstimo. O diretor executivo segue relatórios elaborados por um grupo de olheiros do Vasco para buscar atletas considerados como apostas. Nesse sentido, René chegou a observar jogadores que atuam em times de menor investimento do futebol paulista, por exemplo, e pode trazer alguns nomes para compor elenco.
Por último, a diretoria conta com a ajuda de dois investidores para trazer reforços \"de peso\". O primeiro parceiro é a fornecedora de material esportivo Penalty, que se compromete em ajudar o Vasco a contratar um jogador mais conhecido que possa ajudar o clube. A princípio, a ideia é utilizar essa ajuda oferecida pela fornecedora para contratar um jogador para o meio-campo. A Penalty utilizaria a imagem desse reforço em ações de marketing. Muitos nomes foram especulados, mas ainda não há nada de concreto. A situação do argentino Darío Conca, que está no Guangzhou Evergrande, da China, chegou a ser consultada, mas, devido ao alto salário do jogador e ao alto valor da multa rescisória, foi prontamente descartada.
O segundo investidor que pode ajudar o Vasco é o Grupo DIS. Envolvido na negociação de Dedé para o Cruzeiro, o grupo de empresários pode ajudar o clube na contratação de um zagueiro, o que é considerado prioridade pela diretoria. Os investidores tentam comprar os direitos econômicos do zagueiro Cléber, da Ponte Preta, e repassar o jogador ao Vasco, mas o clube paulista tenta subir o valor da multa rescisória para permanecer com o atleta.
Da maneira mais econômica possível, a diretoria tenta reforçar a equipe e acalmar os torcedores, que, desde o ano passado, viram muitos jogadores deixarem o clube sem reposição. A expectativa é de que até a estreia no Campeonato Brasileiro - dia 26 de maio, contra a Portuguesa - o Vasco tenha um grupo fechado.