Opinião: Vascão impossível
Neste ano, o Vasco parece ter inventado uma nova regra para o Campeonato Brasileiro: o adversário que enfrentá-lo em São Januário será submetido a uma pressão incrível, perderá a partida e nem mesmo com um jogador a mais durante maior parte do tempo triunfará no caldeirão.
Pois foi seguindo esses conceitos que o time deu um baile no Náutico ontem, em São Januário, e goleou por 4 a 1.
Com todos os atos muito bem ensaiados, os cruzmaltinos partiram com tudo para cima do Timbu.
Embora a torcida não tenha lotado o estádio, fazia barulho e parecia intimidar o adversário. Fechadinho, com três zagueiros, o Náutico tentava se segurar como podia.
Mas fica difícil segurar o Vasco e seu imbatível caldeirão quando Conca e Leandro Amaral têm noite inspirada. O primeiro aviso veio em uma falta cobrada pelo argentino, em que Jorge Luiz quase marcou de cabeça. Depois, o mesmo Conca deixou Leandro Amaral de frente para o gol. Derrubado por Everaldo, Leandro cobrou o pênalti claro com violência e abriu o placar. Explosão de alegria na arquibancada e a certeza que tudo estava conforme planejado. Faltou avisar a Andrade.
Já com um cartão amarelo, o volante deu um carrinho em Ferreira e arranjou uma expulsão que não estava no script. Com a mudança no roteiro e um a menos, o Vasco mudou também o jeito de jogar até o fim do primeiro tempo.
Na volta para a segunda etapa, Roth sacou Guilherme e o inofensivo Abuda para as entradas de Guilherme e Xavier. Mas acabou sofrendo investidas do adversário e, em uma delas, Marcelinho empatou.
Nada que abalasse o fantástico caldeirão, que pulsava à medida que o time partia para o ataque.
Com um a menos, a certeza de que a vitória viria estava na arquibancada e no gramado. E tinham razão.
Pela esquerda, Leandro Amaral passou, chutou e, no rebote, Marcelinho pôs o Vasco à frente.
Alegria na Colina, mas havia mais.
Em ótima triangulação pela esquerda, Rubens Júnior ampliou. No finalzinho, num contra-ataque fulminante, Marcelinho marcou de novo e sacramentou a nona vitória vascaína em casa em dez rodadas.
Agora, são 22 jogos de invecibilidade no caldeirão, perto de completar um ano. E fica a pergunta: Quem pode com o Vasco no Rio?
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