Mauro Galvão, ex-zagueiro do Vasco, ensina brasileiros a não "pipocar" contr
Quando o Cruzeiro perdeu a final da Copa Libertadores para o Estudiantes, entrou para a triste galeria de equipes do país que caíram em decisões do torneio para equipes argentinas. Times do Brasil costumam ter azar ao enfrentar os vizinhos, enquanto, ao mesmo tempo, a Seleção faz da Argentina um freguês. Por que, então, brasileiros tem tanta dificuldade com argentinos na Libertadores?
\"Tem que jogar duro, mas tem que ter a qualidade técnica. Às vezes os brasileiros esquecem a técnica, daí fica fácil para os argentinos vencerem na catimba e na conversa\", explica o ex-atacante Palhinha, bicampeão sul-americano com o São Paulo - a primeira vez, em 1992, sobre os hermanos do Newell´s Old Boys.
\"A gente tinha um time muito bom e que brigava muito. Esse era o diferencial do São Paulo\", diz o ex-jogador. \"No jogo do Cruzeiro, o Verón deu duas chegadas no Ramires e ele sumiu no jogo. O Wagner tomou duas chegadinhas, o juiz não deu falta e ele parou de jogar. Quando brasileiro vence é porque jogou duro.\"
O título de 1992 foi a última vez que uma equipe brasileira venceu uma argentina na final. Na história da Libertadores, os rivais se enfrentaram em mata-mata 35 vezes, e a vantagem hermana é vasta. Os vizinhos venceram 21 desses confrontos, enquanto times do Brasil triunfaram em 14 oportunidades. Em finais, a vergonha nacional é ainda maior. Equipes da Argentina foram campeãs nove vezes sobre os rivais, enquanto o inverso só ocorreu três vezes.
Técnica e força
Herói da conquista são-paulina de 1992, por defender pênalti que garantiu o troféu, o ex-goleiro Zetti também vê na combinação de técnica e força o diferencial dos argentinos. \"Eles são muito bons em contragolpes. São muito guerreiros e tem a técnica, mas nossa técnica é superior a deles. O Cruzeiro esteve muito mais próximo de fazer o gol, enquanto o Estudiantes esperou. Ficou lá trás jogando, usando a catimba que nós não aceitamos. A gente gosta de jogar futebol, de dar um drible, fazer uma jogada de feito. Eles esperam um erro nosso para aproveitar\", comenta.
Campeão da Libertadores com o Vasco da Gama em 1998, o ex-zagueiro Mauro Galvão aponta a eficiência e a paciência como virtudes que destacam os argentinos. Hoje diretor executivo do Grêmio, o ex-jogador passou pelo River Plate em uma emocionante semifinal na campanha vitoriosa com o time carioca. \"O Grêmio foi superior contra o Cruzeiro na semifinal deste ano, mas não conseguiu resolver. E o mesmo aconteceu com o Cruzeiro na final. O Estudiantes foi eficiente. Marcou bem e foi superior nos dois jogos\", explica o dirigente.
\"Foi o que fizemos contra o River Plate, em 1998. Não fizemos um jogo brilhante, mas conseguimos resolver. Às vezes você tem que jogar pensando na classificação.\"
- SuperVasco