Idade faz Romário refletir sobre as brigas
Com a mesma facilidade com que balançou a rede, Romário colecionou desafetos. A lista do Baixinho é imensa. Gilson Nunes, Renato Gaúcho, o argentino Simeone, Parreira, Pelé, Zico, Felipão, Vanderlei Luxemburgo, Alexandre Gama, Edmundo... só para dar alguns exemplos.
- Algumas coisas que fiz na vida foram por falta de maturidade, por falta de experiência. Mas é bom porque o que faz errado a gente aprende. Posso ficar umas seis horas falando o que fiz de errado - disse Romário.
A lista de problemas do Baixinho começou ainda cedo. Romário nem era profissional e foi cortado da seleção brasileira de juniores que disputaria o mundial da categoria em 1985 pelo técnico Gilson Nunes por indisciplina. Em 1988, o Baixinho brigou com Renato Gaúcho na final do Campeonato Carioca. Foi expulso.
- Mas fizemos as pazes no dia seguinte. Não sou de levar nada o que acontece em campo para fora também. Já éramos amigos - garante o atual técnico do Baixinho, que atualmente se diverte com a história.
A outra expulsão de Romário foi pelo Barcelona, em 1994. Com 15 minutos de jogo, o atacante não agüentou as provocações do argentino Simeone, do Sevilla, e deu-lhe um soco. Acabou suspenso por cinco jogos pela federação espanhola.
Na época, Romário já tinha problemas com Parreira por não ter aceitado ficar na reserva de Careca e Bebeto em um amistoso contra a Alemanha, em Porto Alegre.
- Estava jogando mais do que eles na época e pensava que seria titular. Não aceitei bem aquilo e falei na imprensa. Ele não gostou - lembra o Baixinho, que não tinha medo de ficar fora da Copa de 94.
- Mais cedo ou mais tarde eles iam precisar de mim.
No Flamengo em 1995, Romário foi o grande responsável pela demissão de Vanderlei Luxemburgo, que lhe dou o troco não lhe convocando para a Olimpíada de 2000.
Trocou zarpas também com Zico, que foi um dos responsáveis pelo seu corte na Copa de 98. A decepção rendeu problemas com o então técnico da seleção Zagallo. Ao inaugurar o seu bar no Rio, o Baixinho fez caricaturas nada agradáveis da dupla nas portas do banheiro. O caso acabou na Justiça.
- Não tenho mágoas, mas algumas coisas marcaram a minha vida. As duas Olimpíada (96 e 2000) e Copas (98 e 2002) que não fui estando muito bem. Não guardo rancor de ninguém. Eles vivem a vida deles e eu a minha.
Pela imprensa, cansou de alfinetar e rasgar elogios a Pelé. Tratado de eterno rei pelo Baixinho, virou \"um poeta de boca fechada\". Edmundo foi outro caso de amor e ódio. O parceiro bad boy se transformou no \"bobo da corte\".
- Estamos aqui para perdoar. Como fiz várias coisas erradas e as pessoas me perdoaram, comigo não poderia ser diferente. Isso faz parte da vida.
Isso sem falar em Alexandre Gama e o ônibus tricolor, as brigas com Cafezinho em 1997 e Andrei, em 2003. E os tapas no torcedor tricolor que o criticava nas Laranjeiras em 2004.
- Essas fases da minha vida foram derrotas. Se acontecesse hoje, não sei se não faria, mas iria pensar mais. Contar até dez. Foram atitudes infelizes. Mas pedi desculpas quando errei - disse Romário.
- SuperVasco