Futebol

Goleiro Tiago conta como foi o assalto que sofreu e comenta: "É o nosso país

O goleiro Tiago, do Vasco, fala sobre o assalto que sofreu na companhia do volante Jonílson, chegando a São Januário na manhã desta segunda-feira.

"Nem fala. É o nosso país, o retrato da classe econômica, o poder aquisitivo de cada um. Não adianta. Você conquista as coisas, trabalha, mas não pode usufruir. É triste", disse ao repórter Cláudio Perrout, da Rádio Globo.

O arqueiro afirma que ainda não assimilou o ocorrido.

"Não, estou decepcionado porque 7h da manhã você indo trabalhar é assaltado. É isso que mais me decepciona, não poder fazer nada em relação a isso. Mas, graças a Deus - eu estava conversado com o Jonílson -, a gente não sofreu nada, não teve nenhum problema mais grave, a não ser bem material, e isso é o de menos também. O que importa é que não... Dos males, o menor. Vão-se os anéis, ficam os dedos. Então está ótimo, graças a Deus está tudo bem".

"A gente chegou e na hora que virou na esquina para já estar na Rua São Januário, do Vasco, ele vem na contramão. A gente até achou que era algum jogador brincando porque tinha acabado de passar por um ônibus que tinha fechado. Tem um farol na esquina, só que a gente nunca pára porque sabe que diminui, para ir devagar e não ter problema correr risco de acidente. Um pouquinho antes do farol pisou e na contramão veio esse Fiat todo prata - é lógico que eles deviam ter roubado também - e trancou a gente. Eu até falei \"Ih, caramba\", brincando com o Jonílson. Achei que era algum jogador que tinha trancado. Nem caminho e saiu do passageiro o cara que tinha o cano na mão. Daí foi feio, porque na hora que vi a arma já consegui soltar o cinto e abri a porta. Ele falou \"Calma, calma\". Na hora que abri a porta, a do Jonílson travou. O cara começou a bater na janela do Jonílson \"Abre, abre, abre\". Eu disse \"Calma, porque a porta dele travou\". Fiquei com medo. Não conseguimos sair e ele pegou o cordão do Jonílson, relógio, tudo, levou o meu relógio e celular. Ele não conseguia nem acelerar o carro, pelo fato do carro do Jonílson ser automático. Tive que falar para ele porque começou a ficar desesperado. Falei \"Pronto, agora vai atirar na gente porque não está conseguindo andar\". Coloquei o carro para andar, ele veio, arrancou - saiu até com freio de mão puxado - e foi embora".

Em Recife, seis batedores da Polícia Militar foram colocados à disposição do Vasco. Três seguranças que trabalham no clube acompanham a delegação, e mais três ou quatro deverão reforçar a segurança.

O presidente do Sport, Milton Bivar, disse ao superintendente de futebol Paulo Angioni que a delegação terá toda a tranqüilidade, mas não pôde se responsabilizar pelo que acontecerá no trajeto até o Estádio da Ilha do Retiro, na próxima quarta-feira (21/05), para a partida de ida pelas semifinais da Copa do Brasil. Nas oitavas-de-final, o ônibus do Palmeiras foi atingido por uma bomba artesanal.

Fonte: Vasco Expresso