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Gol "monumental" de Juninho no Vasco x River pela Libertadores de 1998 compl

Gol \"monumental\" de Juninho no Vasco x River pela Libertadores de 1998 completa 10 anos

Um gol que virou música ( "Vou torcer para o Vasco ser campeão / São Januário, meu caldeirão / Vasco a sua história é a sua glória / É relembrar, o Expresso da Vitória / Contra o River Plate, sensacional / Gol do Juninho, monumental"). Há dez anos, no dia 22 de julho de 1998, Juninho Pernambucano saía do banco de reservas para marcar um golaço de falta que classificava o Vasco para a decisão da Taça Libertadores.

- O gol contra o River foi sem dúvida um momento inesquecível - diz Juninho, em entrevista por e-mail.

Ele confessa adorar a música entoada pela torcida.

- Canto sempre - revela.

Era um jogo duro contra o River Plate, em Buenos Aires, pela semifinal da competição. Como em São Januário o Vasco tinha vencido por 1 a 0, o empate em 1 a 1 no Estádio Monumental credenciou o time comandado por Antônio Lopes a decidir o torneio contra o Barcelona, do Equador. Naquele jogo em Buenos Aires, o Vasco formou com Carlos Germano, Válber, Odvan, Mauro Galvão e Felipe; Luizinho, Nasa, Ramon (Alex) e Pedrinho (Vágner); Donizete e Luizão (Juninho). Técnico: Antônio Lopes. E o final seria feliz para os vascaínos um mês depois, com a conquista do troféu.

- São Januário se transformava num caldeirão e essa troca entre time e torcida era muito emocionante - recorda Juninho, destacando que as melhores lembranças da conquista são as partidas em casa.

Leia entrevista com o craque:

O GLOBO ONLINE: Aquele gol de falta foi o mais importante da sua carreira?

Juninho:
Um dos mais importantes, sem dúvida. Aquele jogo contra River nos aumentou a força para buscar o título. Não concordo que aquele tenha sido o gol do título, como muitos falam, porque não considero aquele jogo a final antecipada. O Barcelona (adversário na final) era um rival muito complicado. Mas aquele jogo na Argentina é inesquecível.

Qual é a sua maior lembrança daquela conquista?

São Januário no primeiro jogo e todas as partidas em casa. Sempre com o estádio lotado. Entrar naquele caldeirão era muito emocionante, ninguém ganhava do Vasco lá. Essa troca com a torcida dava muita força ao time. O gol contra o River foi também, sem dúvida, um momento inesquecível. Foram muitas emoções.
Como você se sentia antes do jogo naquele 22 de julho de 1998?

A expectativa era enorme para entrar na história do clube. A ansiedade era grande e a adrenalina muito forte por causa da pressão. Mas o time era forte e a gente confiava muito. O Antônio Lopes (técnico) teve papel importante nesse sentido também porque soube nos motivar. A união e a grande fase que todos passavam ajudaram muito. Eram muitos craques juntos.

Fora você, qual jogador teve um papel fundamental naquela conquista?

Não é demagogia, mas o time era muito igual. Todos foram importantes. Tínhamos grandes jogadores em grande fase, como o Felipe, o Mauro Galvão, o Carlos Germano, o Pedrinho, o Luisão, o Donizete. Todos eram muitos bons.

No desfile em carro aberto do Corpo de Bombeiros, vocês passaram em frente à Gávea. O que você lembra daquele momento?

Foi uma gozação só. Realmente a galera do Vasco merecia aquele momento. Para os jogadores foi fantástico. É sempre bom ganhar um título daquele tamanho. Abriu muitas portas despertando interesse de clubes europeus e aumentando a nossa valorização.

Anos depois daquele gol inesquecível, a torcida criou uma música para você. Você sabe cantá-la? O que acha dela?

Acho maravilhosa e canto sempre, assim como a minha família inteira.

Você é um eterno ídolo da torcida do Vasco, que agora, com Dinamite, vive uma nova fase. Pensa em voltar um dia?

Não posso dizer que desta água não beberei, mas hoje a situação do Vasco dificulta esse processo. O clube está no meu coração. Talvez volte um dia.

Fonte: O Globo