Como Álvaro Pacheco é avaliado em Portugal
Em meio a polêmicas fora de campo, com mudança no controle da SAF, o Vasco também passar por uma importante troca nos próximos dias. Com pré-contrato assinado com o clube, o técnico Álvaro Pacheco desembarca no Rio de Janeiro no próximo domingo (19) para assumir o time. O português vai assinar um acordo válido até o fim de 2024, com possibilidade de renovação por mais uma temporada.
A ideia é de que o português já esteja na beira do campo na próxima terça-feira (21), contra o Fortaleza, em São Januário, pelo jogo de volta da terceira fase da Copa do Brasil. No entanto, para isso, o português precisa ser regularizado pelo Cruz-Maltino — o que não deve ser simples, visto que ele vem da Europa e precisa regularizar o visto de trabalho antes de ser registrado no BID da CBF.
Mesmo se já estiver na beira do campo na terça-feira, obviamente será difícil avaliar o estilo de jogo de Álvaro Pacheco em tão pouco tempo de trabalho. Mas o que esperar do time do Vasco sob o comando do técnico português? Para saber mais sobre o treinador, a Trivela conversou com um jornalista de Portugal que acompanhou de perto o trabalho do ex-treinador do Vitória de Guimarães.
— Há uma frase curiosa que ele deu numa entrevista recente e que efetivamente não há nada mais a acrescentar. Ele diz que o seu estilo de jogo reflete a sua personalidade. Ou seja, gosta de um futebol ambicioso, ofensivo, feito de pressão e agressividade. Agressividade obviamente no bom sentido. Depois gosta de fazer com que os jogadores se sintam confortáveis para poderem tomar liberdades — disse Rodrigo Coimbra, do 365Score.
— Ele chega ao Vitória, e o time jogava num sistema de 3-5-2, 3-4-3. E ele então chegou ali e não quis criar. Deu sequência a esse trabalho e de fato passou a informação aos jogadores para que eles tivessem à sua disposição todas as ferramentas para conseguir interpretar o jogo. Ou seja, neste caso, o Vitória joga com três centrais, joga com pivô, no meio-campo mais defensivo que ajuda na primeira fase de construção. Dois laterais muito projetados e há tal questão dessa profundidade — completou o jornalista.
Rodrigo Coimbra ainda falou sobre como os times de Álvaro Pacheco atuam na construção das jogadas. De acordo com o jornalista, o novo técnico do Vasco usa muito as inversões de jogo para progredir com a bola no campo ofensivo.
— Ele opta muito pelo futebol de posse, ou seja, atrai os adversários para a zona onde está a bola e, depois, assim que possível, faz o transporte ou faz o passe para o outro lado do campo. Isso é muito característico, ou seja, há ali 3, 4 passes no lado direito, os jogadores do Vitória atraem a pressão, logo assim que possível vira o jogo para o outro lado e, portanto, para tentar desconcertar. Há muito também o futebol em progressão, de um lado para o outro, chega a linha e tem cruzamento na segunda trave para onde por norma está um dos atacantes — disse o jornalista.
Como é o comportamento de Álvaro Pacheco
Desde as primeiras informações sobre o interesse do Vasco em Álvaro Pacheco, o estilo do treinador, com a sua tradicional boina, e seu jeito na beira do campo e nas entrevistas chamaram a atenção dos torcedores do Vasco nas redes sociais. E este lado mais humano do treinador também foi destacado pelo jornalista Rodrigo Coimbra.
— O Álvaro Pacheco é conhecido também por ser uma figura muito carismática, uma figura a nível de comunicação muito forte também, que privilegia a proximidade. E ele até fala na questão de ser uma figura paterna na perspectiva dos jogadores. Ou seja, gosta de estar muito envolvido nos treinos, gosta de muito de estar envolvido com os jogadores, procura sempre não só ligação profissional mas também ligação humana, e há ali, claramente, alguns aspectos que moldam a sua personalidade que ele opta e quer também que as suas equipas transpareçam: empenho, a lealdade e a ambição — disse Rodrigo.
— Ao nível de comunicação, vocês vão perceber que ele é muito carismático. A boina é um objeto que é muito característico dele e, de fato, as coletivas de imprensa também são muito positivas. É uma pessoa que gosta muito de falar sobre o jogo, sobre as suas ideias. Portanto, não tem, por assim dizer, segredos. E isso é um pouco daquilo que é o Álvaro — completou o jornalista português.
Trabalho no Vitória de Guimarães
Futuro treinador do Vasco, Álvaro Pacheco estava no Vitória de Guimarães antes de acertar com o Cruz-Maltino. Foram 32 jogos, com 18 vitórias, cinco empates e nove derrotas. A uma rodada do fim do Campeonato Português, o time já tem assegurada a quinta colocação e pode bater o recorde de pontos da história do clube — agora, sem Álvaro neste último jogo. Além disso, também chegou na semifinal da Taça de Portugal, sendo eliminado pelo tradicional e poderoso Porto.
Apesar de ter ficado menos de um ano no clube e ter uma saída conturbada e polêmica, o trabalho de Álvaro Pacheco no Vitória de Guimarães foi positivo. Ao menos, na avaliação do jornalista português.
— Acima de tudo, é uma equipa muito bem organizada. Obviamente que não é perfeita, mas ele conseguiu chegar a um clube que o Vitória, que se encaixava como uma luva com ele. Acho que já tinha a perspectivava que poderia ter sucesso, porque a imagem dele coincide também com a imagem do Vitória, que é um clube bastante importante para a nossa realidade, um clube com muitos torcedores, e ele também conseguiu criar essa ligação — disse o jornalista.
Por um momento da temporada, o Vitória de Guimarães brigou pela classificação para as competições europeias, mas uma sequência difícil acabou deixando o clube na quinta colocação.
— Infelizmente, para ele, os últimos jogos não foram nada positivos. A verdade é que também enfrentou o Porto, o Sporting e o Sporting Clube de Braga, portanto não foi fácil, e me parece também que a questão da suposta reunião que teve com o Cuiabá (no fim de abril) também abalou um pouco ali as coisas. Mas de resto é um treinador que cresceu muito, fez de tudo para conseguir chegar ao patamar mais alto do futebol português, conseguiu com todo o mérito e que conseguiu mostrar a qualidade por onde tem passado — finalizou o Rodrigo Coimbra.
Fonte: TrivelaMais lidas
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