Futebol

Fernando Prass critica atuação e Thiago Martinelli elogia vontade do time

Era dia de aniversário do Estádio São Januário, inaugurado em 21 de abril de 1927. Dia também de calor e sol forte, feriado para curtir a praia. Mas muitos vascaínos apareceram para empurrar o time na partida de volta contra o Corinthians-PR, pelas oitavas de final da Copa do Brasil: 11.799, o público presente (renda de R$ 144.055,00). Eles viram o time avançar na competição. Mas viram também a equipe do técnico Gaúcho levar sufoco e complicar, com uma atuação preguiçosa, um jogo que tinha tudo para ser fácil. A vitória por 2 a 1 (gols de Elton e Carlos Alberto, contra um de Leandro), pelo menos, valeu vaga às quartas de final. O adversário deve ser o Vitória-BA, que na partida de ida goleou por 4 a 0 o Goiás.

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O primeiro tempo foi sofrível. O Vasco fez o gol cedo, aos 12 minutos, e deu a impressão de que construiria uma vantagem folgada. Mas foi só impressão. Após cobrança de escanteio de Philipe Coutinho, Elton subiu mais do que os zagueiros e cabeceou no canto direito do goleiro Colombo: 1 a 0.

Ramon admite falta de atenção do time

Quatro minutos depois, Ramon fez boa jogada pela esquerda e cruzou para Elton bater de primeira. A bola saiu à direita, com perigo. E foi só. Nada mais. O Vasco passou a tocar a bola com muita lentidão e o Corinthians-PR limitou-se a distribuir pancadas. Só na etapa inicial três de seus jogadores lavaram cartão amarelo do árbitro Cléber Welington Abade: Neto, Peixoto e Ronaldo. Do lado vascaíno, Philipe Coutinho - com atuação muito ruim - deu um pontapé num adversário e também foi punido.

Como foi no lance a lance do tempo real

- A gente está bem, mas está pecando um pouco no último passe. Vamos tentar acertar no segundo tempo - dizia no intervalo o lateral Ramon, sendo bastante generoso com seu time.

A segunda etapa teve um início mais animado. Especialmente de Carlos Alberto, que criou várias jogadas em sequência. Aos 2 minutos, livre de marcação, bateu da entrada da área. A bola passou perto do travessão. Aos 9, chutou de direita, de novo para fora, com muito perigo.

A torcida do Vasco compareceu em bom número. Foto de Ivo Gonzalez - O Globo

Depois de voltar a ficar sonolento, o jogo melhorou, com bons lances seguidos dos dois lados. Aos 23, Carlos Alberto cabeceou com perigo, após cruzamento de Elder Granja, que entrara no lugar de Fagner no intervalo. Aos 24, foi o Corinthians-PR: bola rasteira cruzada na área, Bruno Batata ia marcar e Thiago Martinelli travou na hora. Aos 25, Carlos Alberto matou no peito com estilo e chutou na trave do goleiro Colombo.

Aí veio o castigo pela acomodação do Vasco. Aos 26 minutos, o zagueiro Leandro empatou, ao bater livre na pequena área, após escanteio: 1 a 1.

Nos momentos seguintes, pressão do Corinthians-PR. Aos 30 minutos, Ronaldo cobrou falta e obrigou Fernando Prass a fazer uma difícil defesa. O jogo ganhava ares de drama e na cabeça de todos vinham outros fracassos na Copa do Brasil contra times pequenos dentro de casa.

\" O Vasco jogou muito abaixo do que pode e sabe jogar (Fernando Prass) \"

Até que aos 42 minutos Dodô, que substituiu Philipe Coutinho no segundo tempo, deu ótimo toque para Carlos Alberto na área. O meia, enfim, marcou o gol que tanto perseguiu. E que gol! Ajeitou, driblou um adversário e tocou com grande categoria no canto esquerdo do goleiro Colombo: 2 a 1 e alívio em São Januário.

Aos 45, Dodô quase marcou de cobertura, mas a bola subiu e passou por cima do travessão. Após o apito final, a torcida explodiu em festa. E gritou muito o nome do capitão Carlos Alberto.

- O Vasco jogou muito abaixo do que pode e sabe jogar - resumiu Fernando Prass.

O técnico do Corinthians-PR também deu um sinal do que foi a partida:

- Lá eles (os jogadores do Vasco) foram um time mais competitivo do que hoje. O Vasco nos deu muita liberdade para jogar hoje. Mas nosso time custou a entrar no jogo - comentou Lio Evaristo.

O zagueiro Thiago Martinelli viu um ponto positivo:

- O time pelo menos mostrou muita força de vontade - disse.

Fonte: Globo Online