Especialista avalia concessão do Maracanã
Mesmo com uma liminar que impede que o governo do Rio de Janeiro assine o contrato com o consórcio vencedor do Maracanã, o tema da concessão do estádio por 35 anos está na pauta do dia. Membro da Academia LANCE!, Pedro Trengrouse, especialista em gestão e professor da FGV, analisa a questão sob o ponto de vista dos clubes carioca. Para ele, é uma temeridade que o Maracanã fique nas mãos da iniciativa privada. Confira o depoimento:
\"Estou com muito medo de que os clubes se tornem reféns dessas empresas que vão administrar os estádios. Os clubes do Rio hoje são reféns de uma situação que transcende sua administração e eles não têm qualquer gestão sobre o equipamento esportivo onde ele é a principal razão de ser. É uma situação delicada. Os clubes já pagavam, mas não é uma situação ideal. O Maracanã era o estádio mais caro do mundo para os clubes, porque além do que pagavam eles não tinham condições de explorar uma série de receitas, como o estacionamento, o camarote, comida e bebida, isso tudo era do estádio, não dos clubes. Além do que pagavam, somado ao que deixavam de ganhar, o Maracanã custava R$ 1 milhão para os clubes. É uma situação desconfortável.
Para o Rio de Janeiro, nós estamos num momento muito singular porque enquanto São Paulo sai da Copa do Mundo com cada um dos clubes tendo seu próprio estádio - o São Paulo com o Morumbi renovado, o Palmeiras com sua arena maravilhosa, o Corinthians com o Itaquerão -, os clubes do Rio saem com menos estádios do que estavam, com o Engenhão fechado. No mundo inteiro, os clubes que têm os seus estádios têm resultados expressivos, econômica e esportivamente. O Rio sai da Copa mais enfraquecido do que começou, com um único estádio que está funcionando, e os clubes não fazem parte da sua gestão. O enfraquecimento do futebol do Rio de Janeiro fica evidente quando se coloca essa questão dos estádios. Isso é desserviço que o Governo do Rio de Janeiro está fazendo para os clubes de futebol do estado.
Essa situação vai atrapalhar os clubes por dois motivos. Por atrapalhar o desempenho econômico dos clubes, que vão ter menos dinheiro. Se têm menos dinheiro, não vão ter como investir nos times, como contratar mais jogadores. O segundo ponto é que do ponto de vista esportivo, quando você tem seu próprio estádio você tem mais confiança, joga melhor. Isso é comprovado. Podemos fazer estimativa de que os clubes que jogam em seus estádios têm melhores resultados. E o Maracanã está virando a casa de todos e a casa de ninguém. Porque onde tudo é de todos, nada é de ninguém.
O fato é que o São Paulo sairá da Copa do Mundo com cada clube tendo o seu estádio, novo, enquanto o Rio sai, do jeito que estão negociando, com os clubes sendo reféns de um estádio por 35 anos. O acordo que querem fazer com os clubes é de comprometimento do mando de campo no estádio pelo período da concessão. Então, são 35 anos de atraso no Rio de Janeiro contra uma perspectiva de progresso em São Paulo. Isso é evidente.\"
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