Cruzada Vascaína emite nota sobre recursos financeiros do Vasco
Em coletiva de imprensa realizada no último dia 05, o presidente da diretoria administrativa, Eurico Miranda, afirmou o seguinte: “Entendo que transparência é honrar compromisso, entendo que não é dizer como, mas é honrá-lo. Muita gente quer saber como, mas isso, repito, é milagre“.
Ainda que desalinhada das práticas de boa gestão, a afirmação acima poderia ser compreensível considerando ser de autoria de um presidente eleito de uma entidade privada. No entanto, falamos do Vasco da Gama, um clube de futebol atualmente patrocinado por um banco público, e em fase de adesão a um financiamento de suas dívidas via recursos públicos.
O PROFUT é o mais recente programa de parcelamento de dívidas tributárias milionárias dos clubes. Ao aderir ao programa, financiando suas dívidas através dos cofres públicos, todos os dirigentes, querendo ou não, ficam obrigados, por lei, a mudarem suas práticas.
Somando a histórica iniciativa de antecipar ao máximo os recebíveis dos contratos de TV a mais dois fatos surgidos nos últimos dias, encontra-se na renovação silenciosa do contrato com a TV Globo, a resposta para as dúvidas sobre a origem dos recebimentos que possibilitaram à Diretoria honrar os compromissos atrasados:
na quarta-feira, dia 11, o repórter Raphael Zarko, do Globoesporte, noticiou que o clube havia quitado salários atrasados anunciando que a verba era oriunda das cotas de transmissão da Globo;
a mesma TV Globo já negociou, com alguns clubes, a antecipação da renovação dos contratos de transmissão que se encerravam em 2017 até o ano de 2020, conforme noticiou, no dia 14, o UOL Esporte. O Vasco da Gama seria um dos nove clubes que receberam adiantamentos na primeira semana de novembro.
Em 2011, a renovação do contrato com a mesma TV Globo foi alvo das mais diversas críticas. Dirigentes no exercício do atual mandato, ao analisarem o modelo estabelecido de repartição de cotas entre os clubes da TV aberta e do pay-per-view, foram à público afirmar, com veemência, se tratar de um crime lesa-Vasco, tratando o caso como um apequenamento do Clube.
Desta vez, como ainda não abriram a gaveta pra “dizer como”, e em que condições, o contrato foi renovado, fica a expectativa de que a prorrogação até 2020, efetivamente, traga com ela, o fim do apequenamento de nossas cotas e que, doravante, quem sabe, por tal milagre, seja o fim do crime lesa-Vasco.
A Lei do PROFUT determina que as entidades devam publicar, em sítio eletrônico próprio, documentos que atestem o cumprimento de exigências sobre a manutenção no programa. Uma delas é sobre a proibição de antecipação de receitas referentes a períodos posteriores ao término do mandato, salvo o limite de 30% das receitas do 1º ano e desde que se destine à redução de endividamento.
Estamos muito atentos para as exigências da lei visando à garantia do financiamento, que é vital para as finanças do clube para os próximos 20 anos, e, com o amparo da própria lei, cobraremos a transparência total do contrato renovado com a TV Globo e de todos os outros contratos.
Definitivamente, o vascaíno não deseja milagres. Ele e a lei exigem transparência e responsabilidades.
Fonte: Cruzada VascaínaMais lidas
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