Futebol

Celso Roth impõe novos hábitos na Colina

Acabou o tempo de paz em São Januário. Celso Roth comandou ontem seu primeiro treino tático e de cara mostrou seu estilo. Em qualquer ponto do estádio, era possível escutar gritos como “aperta e agride”, “não se apoia na bengala” e “acorda” para os jogadores durante a atividade, que, junto com um treino físico e outro técnico, durou pouco mais de duas horas.

O novo estilo pegou de surpresa quem não conhecia o treinador. Isso porque tanto Vágner Mancini quanto Gaúcho, que pouco interferiu no treino de ontem limitando-se a observar, priorizavam a conversa em vez da cobrança.

Natural do Sul como o treinador, Fernando Prass afirmou que o estilo de Roth é interessante porque deixa todos muito motivados. O camisa 1 lembrou que quem não entra no clima de disputa e se mostra desmotivado vai ser naturalmente afastado do elenco vascaíno.

“Se vacilar, vai ouvir o grito. Se errar de novo, vai ouvir em dobro e cada vez mais alto. Ele cobra muito, quer a perfeição. Sempre foi assim. Conheci o Celso em 1999, quando subi para os profissionais no Grêmio. O bom é que ele fala o que tem de falar na sua cara. É, de fato, um treinador linha dura. Tem que estar esperto”, disse.
Ramon aprendeu na prática o que Fernando Prass comentou. Em determinado momento do treino, o lateral-esquerdo foi tentar um passe complicado para Caíque em vez de priorizar uma jogada mais simples. A cobrança veio com firmeza e ironia.

“Ele me cobrou. Depois disse que eu tentei dar um passe de super-herói, praticamente impossível. Ele até cantou a musiquinha”, afirmou Ramon, que, para livrar a própria cara, garantiu que Roth é um bom cantor: “Vou chegar aqui e falar mal da sua voz?! (risos)”.

Rafael Carioca foi outro. O volante desceu para o vestiário antes do término do treino e foi convocado a voltar. Sinais dos novos tempos na Colina.

Marcação sob pressão

Umaspecto importante do treino de Roth foi a marcação sob pressão na saída de bola. Durante a parte inicial do coletivo tático, o treinador fez questão de adiantar os volantes e posicionar os atacantes próximos aos zagueiros rivais. Assim, o goleiro rival é forçado a sair com chutão.
Quando uma peça errava um ou outro posicionamento, vinham os tradicionais gritos. Léo Gago, por exemplo, ouviu muitos. Mas, no fim das contas, algumas boas jogadas foram criadas dessa maneira.

Fonte: O Dia