Após inclusão da SAF no Estatuto, Fonseca dá sua opinião sobre opositores
Concluída a primeira de quatro etapas do rito, a possibilidade de constituição de uma Sociedade Anônima do Futebol agora depende apenas da aprovação dos sócios na Assembleia Geral para ser incluída no Estatuto do Vasco. Mas a reunião no Conselho Deliberativo na noite de quinta-feira, apesar da ampla vantagem nos votos favoráveis (166 contra 3), foi marcada por bate-boca e abandono do plenário da Sede Náutica da Lagoa.
Um dos opositores mais ferrenhos à implementação da SAF, Sergio Frias discutiu com Carlos Fonseca, presidente do CD, e abandonou o local junto com outros sete conselheiros antes da votação final. Fonseca chegou a pedir o auxílio da segurança para retirá-lo, o que acabou não sendo necessário.
Depois da reunião que durou cerca de 4h30, o presidente conversou com jornalistas e deu sua opinião sobre a corrente contrária à SAF.
- São dois aspectos fundamentais. Primeiro é a preocupação do vascaíno com o seu time. Todos os conselheiros são vascaínos, de fato estar aqui hoje nasceu do estar na arquibancada alguns anos atrás. Esse é um ponto, a preocupação legítima porque o que se está fazendo hoje é difícil reverter. E aí vai da característica da pessoa, se é mais cauteloso, mais conservador ou mais agressivo - introduziu Carlos Fonseca.
"Tem outras questão: hoje quando você participa politicamente do clube, você está ali em contato com jogador, tem um glamour nesse negócio, é inegável. Quando você passa o futebol para a SAF, você meio que tira o glamour da questão política do clube", acrescentou.
- Outra coisa: a questão financeira do clube. As finanças do clube vão reduzir drasticamente. Se as pessoas têm interesse em gerir um orçamento de R$ 180, R$ 200 milhões, esse interesse diminui porque o orçamento vai cair drasticamente. Esses são os motivos gerais, no meu ver - concluiu Fonseca.
A exemplo da reunião de suas semanas atrás, que aprovou o rito, muitos conselheiros nesta quinta pediram transparência no processo e cobraram acesso aos termos do acordo com a 777 Partners, que pretende comprar 70% das ações da futura SAF vascaína. Carlos Fonseca lembrou que só o que se tem até o momento é um memorando de entendimento não-vinculante e minimizou esse tipo de argumento.
- Se usa muito essa questão do sigilo de maneira negativa. Eu acredito que 90% dos termos vão ser de domínio público. Eventualmente um detalhe ou outro são mantidos sob sigilo. As pessoas pegam esses detalhes e querem transformar naquilo que pode configurar uma operação nebulosa e tal. São interesses. Quando você vai reduzindo a margem de espaço para essas pessoas reclamarem, elas vão reclamando em cima do que está sobrando - afirmou ele.
- As pessoas querem saber da proposta, a proposta vinculante de fato ainda nem existe. Perguntam de algo que ainda não tem. Seu filho é bonito? Não sei, ainda não tenho filho. Tem olho verde? Não sei. A partir do momento que a proposta for posta, as coisas forem discutidas, acho que vai dissipar muito essas nuvens e vai vir à tona tudo que o vascaíno quer debater. Se pegam muito na questão da transparência aqueles que precisam ter uma forma como contestar - finalizou Fonseca.
Fonte: ge