Futebol

Ao lado do Corinthians, Vasco vira referência para os baianos

Nas últimas duas temporadas, a dupla Ba-Vi contratou 139 jogadores para o elenco profissional. São quase oito times completos, incluindo o banco de reservas. Para 2012, o ritmo está lento e ninguém chegou até agora.

\"A gente quer criar o modelo de estimular a base. Com 15, 20 jogadores novos por ano, não vamos ter identidade própria\", diz o gestor de futebol do Bahia, Paulo Angioni, que já contratou 35 jogadores após o acesso à Série A, em 2010.

A mudança de estratégia de trabalho, segundo Angioni, é possível pela qualificação do elenco e pela melhor integração com a base. O dirigente também compara o trabalho no Bahia com as experiências em Vasco e Corinthians. \"A exigência é igual: vencer. Mas a receita é diferente. E o estadual é menos atrativo fora do eixo Rio/São Paulo\".

O executivo de futebol do Vitória, Newton Drummond, vê exagero nas contratações em larga escala. Há três meses no clube, trouxe só o meia Gilberto. \"Hoje, o jogo é mais equilibrado. São dois ou três caras que realmente fazem a diferença. Então, é mais importante ter jogadores identificados com clube e torcida\". Da época de Inter, Drummond lembra de 2002, último ano de ataque frenético. \"Só tínhamos sete jogadores, entãosaímos contratando o que tinha: quem estava em fim de carreira ou brigado no clube. Não caímos no Brasileiro nas últimas rodadas. Depois, pontuamos pela qualidade\".

Grana - Angioni e Drummond dizemque Bahia e Vitória não têm dinheiro para pagar por atletas já empregados. Assim, neste ponto, a estratégia será a mesma dos últimos anos: buscar empréstimos ou jogadores com passe livre. Sem estrutura de olheiros ou observadores, as indicações vêm da comissão técnica, diretoria, amigos ou empresários. E, apesar da atual marcha lenta, o histórico aponta novidades: quase 35% dos jogadores são contratados em janeiro. Outro período agitado é de março a junho, entre reta final do Baiano e início do Brasileiro, quando a pressão aumenta.

Rescisões - O excesso de contratações gera problemas esportivos e financeiros. Na parte técnica, o grupo fica inchado, com jogadores desmotivados. Dos 139 jogadores contratados pela dupla Ba-Vi nos últimos dois anos, por exemplo, alguns sequer estrearam, como o colombiano Mosquera, no tricolor; e o uruguaio Pablo Pereira, no rubro-negro. \"O Vitória precisa investir em titulares. Com a base feita, pode-se trazer apostas para o grupo, e não o contrário\", afirma o executivo de futebol Newton Drummond.

Já o cofre do clube sofre ainda mais com o jogador que não agrada e ainda tem contrato longo. No caso do Vitória, conta-se o goleiro Fernando, o zagueiro Léo Fortunato e os meias Xuxa e Geraldo e, no Bahia, os atacantes Reinaldo e Reis. São jogadores reprovados que as diretorias tentam repassar a outro clube para não pagar a rescisão contratual.

Hoje, para rescindir o vínculo sem acordo, a nova Lei Pelé (12.395/2011), no Artigo 28, prevê pagamento \"como limite mínimo, o valor total de salários mensais a que teria direito o atleta até o término do referido contrato\". Na calculadora, o Vitória gastaria quase R$ 1,8 milhão e o Bahia, R$ 1,2 milhão.

Fonte: Correio da Bahia