Alexandre Kalil diz que tentou contratar Juninho Pernambucano

Foi preciso quase um mês de insistentes pedidos para o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, arrumar pouco mais de 10 minutos para conversar com o Jogo Extra. Nesse tempo, o Galo permaneceu na liderança, o que levou ao filho do ex-presidente na década de 1980 Elias Kalil a avisar: “Se você for pé-frio, nunca mais te dou entrevistas”. Neste domingo, o Galo de Kalil enfrenta o Vasco e pode manter a ponta da tabela com vitória e empate.

Na entrevista, o polêmico - que contou ter sido processo já pelos ex-dirigentes Ricardo Teixeira e pelo falecido Eduardo Vianna - e falastrão presidente do Atlético revela que procurou Juninho antes de acertar com Ronaldinho e conta que o ex-craque rubro-negro mudou de comportamento em Minas Gerais. No fim, algumdas das melhores tuitadas do dirigente.

Você procurou mesmo o Juninho para tirá-lo do Vasco?

Falei com ele quando estava vencendo o contrato, com o empresário dele também, para saber das coisas. Mas o Ronaldinho estava saindo do Flamengo e fui bem honesto em dizer que teria conversa com Assis. Mas foi só isso.

Que tal Ronaldinho no Atlético-MG? Cansou mesmo de festa?

O comportamento dele tem sido exemplar até agora às 16h10 nesta segunda-feira (dia da entrevista).

Não faltou a um treino, chegou atrasado, nada?

Não tenho um “A” para falar de Ronaldinho. Aqui, ele cumpriu com todas as obrigações com o Atlético e o Atlético cumpriu religiosamente com todas suas obrigações.

Você se acha doido como disse recentemente na apresentação do R49?

Falam isso e eu me divirto. O Brasil provavelmente não sabe o tamanho do Atlético, então falam isso porque não acreditam que teríamos a capacidade de montar esse time e contratar o Ronaldinho. Se isso é ser doido... Sou do tempo que o Atlético disputava tudo e perdeu quase tudo na arbitragem.

Se refere aos anos 1980, quando seu pai era presidente do clube e houve confrontos contra o Flamengo?

Sim, eu tinha 20 anos. Se fosse para o Flamengo, para o Corinthians, para a Portuguesa, reagiria igual. Foi revoltante (a arbitragem).

Tirar o R49 do Flamengo teve essa simbologia da rivalidade?

Não, não, isso não teve influência, é bobagem. Há rivalidade, não ódio. O problema do Ronaldinho com o Flamengo é problema deles. Não temos problema com o Flamengo.

Mais que Ronaldinho, Bernard hoje é o craque do time hoje?

Aqui em Minas as coisas são diferentes. Craque aqui tem que ser craque mesmo, não é craque de jornal, de TV, tem que mostrar no campo. Ele tem mostrado. É um menino novo, tem que ter juízo e pé no chão. Ronaldo é outro caso. Um jogador que já foi escolhido duas vezes melhor do mundo, que ganhou Copa. Isso não é opinião, são fatos. Você pode ter opinião sobre o Bernard, se vai virar (craque) ou não. Ronaldo tem 32 anos e se cuidando ele se torna acima da média do futebol brasileiro. E muito acima da média, porque é mesmo.

Como tem sido trabalhar com o Cuca, que também tem fama de doido?

De doido ele não tem nada, é muito esperto. Um cara dedicado, trabalhador, grande profissional. Estreou com cinco derrotas, tivemos paciência e soubemos segurá-lo. Fomos campeões invictos mineiro depois de mais de 30 anos, só perdemos dois jogos no ano. São números. Não se contesta.

Acha que o Atlético está sendo menosprezado?

Agora não. A crônica mineira dizia que éramos time de Campeonato Mineiro. Agora já enfrentamos todos os times. Hoje ninguém duvida de nós.

Você já anunciou 23 contratações pelo Twitter. Investiu muito, mas não obteve grandes resultados.

A gente erra muito, né. É complicado arrumar um clube de futebol. A gente vai aprendendo. Estou há três anos e meio passando por dificuldades e a gente vai aprendendo devagarzinho. Aprendendo, apanhando e... você pode ser doido, mas não burro.

Foi difícil terminar com outros esportes amadores?

Aqui foi um escândalo quando fechei tudo. O Atlético precisava desse choque de gestão. Sabíamos que seria complicado, mas isso é convicção. Nosso trabalho foi em cima de uma terra arrasada. Fazendo tudo isso já é difícil, imagina se não desviássemos dinheiro para outras coisas que mal interessam a torcida.

SELEÇÃO DE TUITADAS DO KALIL

“Acostumem-se com a alegria. Ela não vai parar”, escreveu Kalil, três dias depois de criar seu Twitter, em 19 de julho de 2009.

“Nos cumprimentamos educadamente. Boa sorte, nunca”, disse ele, após se encontrar com dirigentes do Goiás antes de jogo entre os dois times.

“Não só de sacrifícios vive o o presidente do Galo. Acabou de sair da minha sala a Musa do Galo. Que morena linda!”

“Só vou descer da arquibancada quando morrer”

“Agradeço o convite do Partido Verde, mas meu partido é preto e branco”

“Entregar o jogo para o Cruzeiro? Tem gente achando que sou algum vagabundo?” Dias depois, o Cruzeiro venceria o Galo por 6 a 1 e não cairia para a Segundona, na última rodada do Brasileiro do ano passado.

“Torcida do Galo, obrigado. E segunda divisão é a puta que pariu”, em 28 de novembro de 2010.

Fonte: Blog Jogo Extra