Política

Advogado de Julio Brant cita novas fraudes e pede anulação da eleição

O advogado Alan Belaciano entrou nesta quinta-feira com um pedido de anulação da eleição do Vasco, realizada em 2017. Entre os argumentos utilizados, ele, que é ligado a Julio Brant, candidato derrotado na segunda fase do pleito, citou a presença de fraude em outras urnas além da urna 7. Como prova, incluiu na petição inicial áudios de pessoas que diziam não ser sócias, mas votaram em novembro.

Na petição, há áudios de seis pessoas que, ao serem abordadas por uma pesquisa do “Jornal Meu Vascão”, dizem que não são sócias do clube.

Por exemplo, uma mulher identificada na petição como Conceição Rodrigues Meireles afirma que não é sócia, mas seu nome consta como um dos votantes no pleito (ouça abaixo).

Outros pontos citados são as irregularidades da urna 7 e a ausência de registro de receitas da taxa de adesão ao clube, conhecida como “joia”. Por fim, a petição indica o próprio estatuto do Vasco, no artigo 73, que diz que “são anuláveis as eleições em que se verificar a ocorrência de infração

- Adicionamos aos fatos já conhecidos por todos novas provas irrefutáveis sobre as alegações ao processo anterior que reforçam a existência de fraude nas eleições do Vasco que vão muito além da urna 7. Acreditamos que a justiça precisa acabar com a rotina viciada que tomou conta das eleições do Vasco. A responsabilidade com os sócios e com os milhões de torcedores vascaínos se traduz na importância de se acabar com as práticas que mancham a democracia vascaína – disse Belaciano, que é ligado a Julio Brant, candidato derrotado na segunda fase da eleição.

Chapa de Eurico na mira

Na petição inicial, um dos argumentos é de que a chapa de Eurico Miranda, que ficou em segundo lugar, não deveria ter eleito 30 membros para o Conselho Deliberativo, justamente por ter fraudado a eleição. A alegação é de que isso afetou a composição do Conselho, que elegeu Alexandre Campello em janeiro.

- Ou seja, a Chapa Azul, que montou o esquema para fraudar a eleição de novembro, ao indicar 30 conselheiros, acabou decidindo o resultado final e fazendo o sr. Alexandre Campello presidente do clube. Não há como negar: o ex-mandatário do réu (Vasco) foi, para dizer o mínimo, indiretamente beneficiado pelas fraudes cometidas no clube, já apuradas, identificadas e em fase de procedimento criminal para a punição dos envolvidos – diz um trecho da petição.

O pedido será analisado na 28ª Câmara Cível do Rio de Janeiro. Antes da Copa do Mundo, Belaciano havia entrado com a mesma ação no processo sobre a urna 7. Entretanto, a juíza Maria Cecília Pinto Gonçalves não julgou o mérito, solicitando que houvesse distribuição livre da petição.

Novo capítulo

Este é um novo episódio da eleição do Vasco. A primeira polêmica foi a urna 7, que recebeu votos de sócios suspeitos de irregularidade. Com a anulação dela, Julio Brant ficou em primeiro lugar, com Eurico Miranda em segundo, na primeira fase.

Entretanto, Brant não foi eleito, pois foi derrotado na segunda fase, no Conselho Deliberativo, por Alexandre Campello, que decidiu deixar a chapa de Brant e se candidatou.

Fonte: ge