"Adeus, fantasma, o Vasco é o time da virada!"
Mauricio Neves (@badsnows)
Há um velho fantasma que ronda o Vasco na Copa do Brasil. A eliminação diante do Remo em 1991 parecia só uma zebra, mas o insucesso do ano seguinte, quando um chute do ex-tricolor Dago em uma sexta-feira de São Januário vazio deu a vaga ao CSA, já parecia indicar algo além da vã filosofia do futebol. Com efeito, o fantasma de o Vasco ser alijado do torneio por times de pouca expressão se alimentou com os vexames diante de XV de Campo Bom e Baraúnas, do inacreditável Cícero Ramalho. Como a que provar que não existia apenas em São Januário, o fantasma apareceu também no Maracanã, quando Romário buscava o milésimo gol, em 2007, contra o Gama.
Embora a história esteja aí para ser contada, poucos acreditavam que o ABC pudesse entrar na lista dos verdugos que executaram o Vasco na Copa do Brasil. Não por falta de qualidade, eis o time já havia mostrado virtudes no Frasqueirão, mas porque os cruzmaltinos vivem boa fase, alavancada por um Felipe que revive seus melhores dias.
O velho fantasma botou as mangas de fora quando Renatinho entrou na área pela esquerda e levou a carga de Alan, pênalti não marcado por Emerson de Almeida Ferreira. Mas quando Cascata repetiu o caminho, Alan não segurou nem com falta e o habilidoso meia do ABC colocou com consciência, longe do alcance de Prass. Pela cabeça do torcedor começaram a passar os filmes das outras eliminações.
Alan continuou sofrendo com a dupla Renatinho e Cascata, que desciam no 1-2, e levou até cartão amarelo ao puxar o segundo pela camisa após ser driblado. O Vasco buscava o ataque, teve boas chances com Felipe e Ramon, mas os contragolpes do ABC eram um perigo real, sobretudo pelo lado esquerdo. Diego Souza ainda quase empatou no último lance do primeiro tempo, mas o intervalo foi mesmo de dúvida e más lembranças para os vascaínos.
A questão para o segundo tempo era o que prevaleceria ao final: a identidade de time da virada do Vasco, ou o velho fantasma da Copa do Brasil?
Fazendo valer a primeira opção, o Vasco voltou firme. Felipe ganhou uma dividida e na sequencia Tiago Garça fez pênalti em Ramon. Duplo ganho para o time da virada: Garça foi expulso e Alecsandro converteu, batendo no meio do gol.
O mesmo Alecsandro teve outras duas chances em sequencia, uma na cara do gol e outra de calcanhar, ambas defendidas pelo bom goleiro Wellington. O Vasco controlou o jogo e manteve o padrão mesmo jogando contra o relógio. A virada se transformou em questão de tempo e o poder de fogo aumentou com a entrada de Bernardo. Foi ele quem marcou o gol do alívio, após trama de Alan e Éder Luís, que ganhou o fundo e bateu pra trás. Bernardo ajeitou na coxa e deu uma raquetada para estufar rede, como se gritasse por todos os vascaínos: Adeus, fantasma, o Vasco é o time da virada.
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