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VP de responsabilidade social fala sobre setor psicossocial do clube

Assistentes sociais foram demitidas na volta das férias, no início do mês.

Na contramão do que o mundo esportivo vem fazendo — redobrando a atenção com a saúde mental e social dos atletas —, o Vasco decidiu encerrar as atividades do setor psicossocial do clube, que realizava aproximadamente 1.500 atendimentos por mês. As duas assistentes sociais que cuidavam do projeto foram demitidas no início do mês, assim que retornaram de férias.

O setor havia sido fundado há dois anos para ampliar o atendimento à atletas do futebol feminino, familiares e funcionários. Antes, apenas jogadores do futebol masculino, base e profissional, eram atendidos pelo serviço social.

Segundo Iara Machado, que era coordenadora, assim que houve a mudança da gestão de Alexandre Campello para a de Jorge Salgado, o setor deixou de ser de responsabilidade da área de saúde e foi transferido para a vice-presidência de responsabilidade social, liderado por Horácio Lopes Rodrigues Júnior.

Ela, que estava há dez anos no Vasco, disse que a justificativa de sua demissão foram os cortes de custos, o que não acredita. A assistente social sustenta que se o problema fosse verba, a outra profissional poderia continuar no clube e não seria necessário encerrar o setor.

— Isso vai impactar diretamente nas meninas, atletas e funcionários. São vidas que certamente fizemos a diferença — contou Iara.

O caso foi levado ao presidente Jorge Salgado pela antiga 2ª vice-presidente, Sônia Andrade. Ela recebeu uma carta das funcionárias demitidas, que foi repassada ao mandatário, que prometeu uma reunião ainda esta semana para debater o assunto.

Segundo Sônia, o setor foi criado em 2020 e chegou a atender casos graves como tentativa de suicídio, conflitos familiares e assistência à crianças e adolescentes da base que vieram de outros estados. Casos, que segundo contou, se agravaram bastante durante a pandemia.

— Estamos vendo casos como o do Gabriel Medina (surfe), da Simone Biles (americana da ginástica artística) durante as Olimpíadas. O Vasco está indo na contramão do que o esporte está exigindo — criticou Sônia Andrade.

Procurado, o Vasco, através de Horácio Lopes Rodrigues Júnior, vice-presidência de responsabilidade social, informou o seguinte:

— As profissionais foram dispensadas por necessidade de readequação financeira e dos quadros técnicos do departamento.

Vasco confirma que setor psicossocial do clube continuará funcionando

O Vasco informou que não encerrará as atividades do setor psicossocial do clube — área que cuida de questões psicológicas e sociais dos atletas, familiares e funcionários. No início do mês, duas assistentes sociais que cuidavam do projeto foram demitidas após retornarem das férias. O clube informou que duas pessoas continuam atuando no clube e que outros dois devem ser contratados em breve. 

A demissão das funcionárias foi justificada pelo vice-presidente de responsabilidade social do Vasco, Horário Júnior, responsável pela área, como uma “necessidade de readequação orçamentária e dos quadros técnicos do departamento”.

Em nota, divulgada nesta terça-feira, em que negou o encerramento do setor, o clube disse que "a movimentação de pessoal no departamento faz parte de um processo profissional de reavaliação e busca contínua de eficiência nos recursos e estruturas existentes". E que "estão sendo aprimorados processos e métodos de trabalho com vistas a melhorar a qualidade dos serviços e ampliar sua abrangência".

O setor psicossocial do clube foi fundado em 2020 e faz cerca de 1,5 mil atendimentos por mês. Antes, apenas jogadores do futebol masculino, base e profissional, eram atendidos pelo serviço social. Com a inauguração do departamento, a atendimento foi ampliado à atletas do futebol feminino, familiares e funcionários.

Informação: a matéria foi atualizada em 08/02/2022, às 12h49min.

Fonte: - O Globo Online