Vice de Patrimônio e Gustavo Borges falam sobre parque aquático
Paredes descascadas, ferrugem, cadeiras amontoadas, teto danificado e mangueira roubando água da piscina são itens que formam o triste cenário atual do parque aquático do Vasco, em São Januário. Outrora um dos mais importantes do país, o espaço foi fechado no fim de 2012 e vive dias de abandono.
- É uma questão emocional. Sempre que vejo uma piscina sendo fechada ou mal utilizada, fico muito triste. Especialmente no Vasco, onde eu tenho uma história, nadei por três anos, representei o clube - lamenta Gustavo Borges, dono de quatro medalhas olímpicas.
A água do parque cruz-maltino tem sido utilizada para regar o gramado de São Januário. O clube passa por dificuldades financeiras, e os administradores ainda não têm ideia do custo de uma revitalização. Os problemas já detectados, no entanto, são vazamentos e necessidade de modernização do sistema de tratamento de água.
- Nós vamos chamar empresas que venham nos dar orçamentos. Espero que então consigamos ter uma visão geral do que tem que ser feito, com o tratamento, novas máquinas, novas tubulações e que consigamos modernizar o parque aquático para ele voltar a funcionar - disse Manuel Santos, vice-presidente de patrimônio do Vasco.
Inaugurado em 1953, o parque foi palco para a atuação de grande nadores, como o australiano Ian Thorpe e os brasileiros Fernando Scherer, o Xuxa, e Gustavo Borges. Em 1998, eles foram as estrelas de uma etapa da Copa do Mundo de Natação sediada no local.
- A piscina foi construída com base na piscina olímpica de Helsinque. Muitos nadadores de alto gabarito já passaram por ali - lembrou Ricardo Moura, supervisor técnico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, referindo-se à piscina sueca usada nos Jogos de Helsinque, em 1952.
A modernização do parque aquático vascaíno colide, no entanto, com o projeto de uma nova arena para o clube, que prevê o aumento da capacidade do estádio de São Januário. Se a proposta for adiante, é provável que a área da natação seja requisitada para outras finalidades. Nesse caso, a demolição selaria o fim de mais um espaço do esporte olímpico no Rio. Vizinho ao Maracanã, o Parque Aquático Julio Delamare será demolido para obras no entorno do estádio que receberá a final da Copa do Mundo de 2014.
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