Via áudio, membro de organizada relembra ajuda em eleição e faz pedido
Meses após nota oficial em que diz não reconhecer a Força Jovem Vasco como torcida organizada do clube, o presidente Eurico Miranda virou tema de cobrança de um antigo integrante da uniformizada. Em longo gravação de áudio que circula por Whatsapp desde a madrugada desta segunda-feira, mensagem direcionada ao filho do presidente Eurico Brandão (Euriquinho), Anderson Silva Coelho, apelidado de Cabeça, comenta os protestos em São Januário e afirma que não quer mais receber ingressos do clube, pois tem "impressão de que (os torcedores) estão de braços cruzados" por esse benefício.
A assessoria de imprensa do clube reforçou o comunicado do início da gestão Eurico e negou que o Vasco forneça ingressos para torcida organizada, conforme outras entrevistas que o presidente deu desde que retornou a São Januário. Na nota, assinada por Eurico, o clube dizia que "tendo em vista as investigações desenvolvidas pelo Ministério Público, pela Polícia e pelo Poder Judiciário, o Club de Regatas Vasco da Gama comunica que, por decisão de Diretoria, não reconhece a torcida Força Jovem, enquanto perdurar a suspensão imposta pela Justiça e os seus conflitos internos."
No teor da mensagem de Anderson, que não foi encontrado pela reportagem - o perfil no Facebook do torcedor, que estava disponível mais cedo, foi apagado -, o torcedor diz que não quer mais receber ingressos, lembra que ajudou na campanha de Eurico - emprestando carro para seguranças do então candidato - e cobra atenção para projetos que levou ao clube.
- Queria atenção para os projetos que tenho para o Vasco, um, dois, três empregos para quem me ajudou, foram meus braços... Vejo toda semana gente nova entrando para trabalhar no Vasco - reclama o torcedor no áudio.
Torcedor virou sócio em campanha de associação em massa de abril de 2013
A assessoria de imprensa do Vasco tomou conhecimento do conteúdo do áudio do sócio, membro de organizada, e confirmou que Anderson procurou o clube para apresentar projetos, que foram todos rejeitados pela diretoria. Segundo o departamento do clube, Eurico não quis se comprometer com o Anderson e o questionou sobre qual prejuízo ele teve para apresentar os projetos ao clube, pois o Vasco poderia arcar com esses valores.
O torcedor, que entrou de sócio no clube em abril de 2013, em meio à associação em massa de mais de três mil pessoas naquele mês - que foi tema de reportagem do GloboEsporte.com -, relata xingamento a Ricardo Vasconcellos, assessor da presidência do Vasco, e ressalta que não ofendeu Eurico, queixando-se porém do tratamento, afirmando que o presidente teria perguntando "qual era o seu preço".
Em São Januário, funcionários do clube disseram à reportagem do GloboEsporte.com que, mesmo em menor número, algumas organizadas, que apoiaram o presidente na eleição, ainda recebem benefício na compra de ingressos para jogos do Vasco.
No protesto do último sábado, integrantes de organizada e torcedores ironizaram o slogan de Eurico - "cadê o respeito?" -, sem xingar o presidente após a derrota por 3 a 1 para o Cruzeiro. Um grupo foi até a porta da entrada do departamento de futebol e depois deixou São Januário sem grandes incidentes.
Fonte: geMais lidas
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