Futebol

Vergonha no jogo entre Gama e Vasco

Desde que Ivy, filha caçula de Romário nasceu, o atacante vem demonstrando um outro lado de seu caráter, preocupado com as pessoas portadoras de necessidades especiais. Ivy, de dois anos, é portadora da Síndrome de Down.

Antes da partida contra o Gama, válida pela Copa do Brasil, em que o Vasco empatou por 2 a 2, Romário esteve no Senado Federal discursando sobre o assunto. “Mudei muito nos últimos dois anos da minha vida. Está na hora da gente parar de falar e ter um pouco de atitude contra tudo de ruim na vida. Será que são estas crianças que tem algo de diferente, ou somos nós, que somos responsáveis pelas guerras e pela violência?”

Romário, que está participando diretamente de ações em favor dos portadores de Síndrome de Down, emocionou a platéia composta por políticos e imprensa. “Estas crianças e todos os portadores de Síndrome de Down vivem um mundo diferente, um mundo de amor e de alegria ,que infelizmente a gente ainda não está preparado para acompanhar”, finalizou o atacante, aplaudido de pé por todos os presentes.

A equipe do Vasco também parece que se engajou na luta de Romário. Ao entrar em campo no estádio Mané Garrincha, para enfrentar o Gama, os jogadores do clube carioca carregavam uma faixa com os dizeres: “Ser especial é mil”.

Porém fora do campo, o que se viu não remetia nem de longe as ações de Romário ou dos jogadores do Vasco. No portão de acesso dos portadores de necessidades especiais, todos esperavam sem sucesso a abertura da entrada.

Mesmo com ingresso na mão, os torcedores, alguns em cadeiras de rodas, esperaram mais de duas horas e só conseguiram entrar em campo no fim do primeiro tempo. No artigo 13, parágrafo único do Estatuto do torcedor está escrito que: “Será assegurado acessibilidade ao torcedor portador de necessidades especiais ou com mobilidade reduzida”.

Para o advogado Luiz Felipe Santoro, que também é colunista da Cidade do Futebol, é preciso que se realize uma investigação detalhada para encontrar os responsáveis. “Se o estatuto do torcedor fosse seguido a risca, o clube mandante, a administração do estádio e o órgão responsável pelo campeonato, a CBF, estariam suscetíveis à receber punições que poderiam implicar até na destituição de dirigentes”, afirma Santoro.

Como consumidor, todos os torcedores prejudicados poderiam mover uma ação contra qualquer uma das três entidades citadas. Caberia ao juiz responsável pelo caso, em uma suposta ação judicial, determinar os responsáveis pelo pagamento de indenizações.

Fonte: Cidade do Futebol