Veja as principais propostas de Roberto Monteiro para a presidência
Primeiro a se lançar candidato para as eleições do Vasco, o advogado Roberto Monteiro conquistou apoios e importantes alianças na reta final da eleição. Com o advogado estão ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, procuradores e até a delegada Martha Rocha. Ex-vereador, Monteiro é filiado ao Partidos dos Trabalhadores, mas se dedica exclusivamente às eleições do Vasco e garante que se empenharia da mesma forma em eventual mandato à frente do clube.
Monteiro foi presidente da Força Jovem do Vasco, a principal organizada do clube. Esse vínculo é visto de maneira positiva pelo candidato, que lembra o exemplo de outros dirigentes de sucesso no futebol brasileiro, como do ex-presidente do Corinthians Andrés Sanchez, que também dirigiu a Gaviões da Fiel e chegou a ser dirigente da CBF.
- Às vezes querem rotular (com organizada), porque é mais fácil. Mas não vejo problema nenhum. Na minha chapa, na minha relação do dia a dia, muitas pessoas têm poder de voto, são sócias como eu há mais de 25 anos. Há experiências positivas, como do Andrés Sanchez, que ajudou a desmitificar isso. Quem sou eu para dizer que o perfil é esse ou aquele, mas as origens (do Andrés) são as mesmas - lembra Monteiro, que defende relação saudável e respeitosa com as organizadas, sem trocar apoio político por ingressos e muito menos permitir “práticas ruins”, mas sim incentivando a adesão ao programa de sócios do clube.
Confira abaixo a entrevista com os principais tópicos para o triênio 2014-2017.
Candidatura
- A nossa candidatura é um projeto que começou no fim de 2012 com sócios que queriam renovar o clube, mas não queriam a volta do Eurico Miranda ou a manutenção do Roberto Dinamite. Nosso eixo principal é esse: com todo respeito a todos que fizeram parte da história do Vasco, mas está na hora de renovar. Nosso lema é mudar sem retroceder. Nossa proposta é trazer a dignidade e a esperança de volta, com apoio dos vascaínos, de toda a torcida. E isso não será possível retrocedendo a um antigo presidente.
Planos para o futebol
- Hoje se tem o vice de futebol, o gerente executivo, estatutariamente o clube prevê um supervisor, que na época do Eurico Miranda era o Paulo Angioni, foi o Isaías Tinoco, e na gestão do Roberto Dinamite o clube profissionalizou com o Rodrigo Caetano, que é fundamental, um profissional respeitado que todo vascaíno quer que seja mantido. Vamos analisar o cenário, ver quais urgências, para dar continuidade do trabalho e garantir a volta para a Série A com tranquilidade. A prioridade no início é dar sustentabilidade para retornar para a primeira divisão. Ao longo do próximo ano vamos observar outras questões, ver os contratos, como do CT de Itaguaí, pensar em parcerias para o CT de Jacarepaguá, que o Vasco ganhou concessão.
Dívidas, acordos, renegociações
- Independentemente do Proforte, que pode viabilizar, resolver em parte a questão, temos que ter um diagnóstico da situação do clube. O que está na nossa porta, o que é imprescindível de pagar. Acho que os credores vão ter que ter muita paciência, tem que ter muita vontade de chamar todos eles, tentar chegar a um denominador comum para cumprir esses compromissos. Eles têm que entender que precisamos nos viabilizar para isso. Se a fila está apertada, pode se negociar, o credor receber mais à frente com maior segurança do que prometer algo que não vai cumprir. Acho que podemos redimensionar o ato da Justiça do Trabalho, que foi realizado anos atras, até porque já deve haver novas dividas. Mas precisamos ver a viabilidade de tudo isso, precisamos saber quais receitas estão comprometidas. O Vasco é um grande clube que pode ter grandes parceiras se tiver credibilidade. Mesmo com muita dificuldade, vamos conseguir organizar e buscar novos parceiros para uma marca que nem o Vasco. Agora, se houve dolo em gestões anteriores, obviamente seremos impiedosos na busca do repatriamento dos recursos, em ações passíveis de regressos.
Esportes olímpicos
- Temos que usar as leis federais que podem viabilizar os esportes olímpicos. Há leis que podem trazer receitas especificas, mas para isso, claro, tem que ter as certidões, e tem que ter gente capaz de fazer projetos com o governo federal, no sentido de captar esse dinheiro. O Vasco é celeiro de possíveis atletas e revelações do esporte, tem que ter gente capacitada para lidar com esses projetos, captar recursos e incentivar o esporte olímpico. Hoje é fundamental usar as leis de incentivo ao esporte, por elas conseguir o apoio da iniciativa privada, que vai ter suas deduções legais de Imposto de Renda. Vamos fazer projetos viáveis, atrair o setor empresarial e chamar o empresário que quer exposição das suas marcas. Acho totalmente factível manter os esportes olímpicos trabalhando em cima dessa perspectiva.
Modelo de gestão
- Vamos trabalhar com comitês gestores. Nesse caso, vamos fazer uma mistura das pastas executiva e profissional, com nomes que serão escolhidos. Ele será formado por conselheiros e gestores remunerados. Nossa ideia é fazer investimento na qualificação dos profissionais do clube com uma administração moderna, transparente e socialmente responsável. Hoje, qualquer gestão que assumir entra para apagar incêndio muito mais do que viabilizar qualquer proposta num primeiro momento. O que temos feito é garantir, sem criar instabilidade, parceiros que possam ajudar o clube. Obviamente vamos respeitar parceiros que já existem no Vasco, sem fazer qualquer quebra de contrato. Precisamos viabilizar o clube pelo menos até o fim do ano, porque não sabemos os recebíveis que temos pela frente. Hoje, é uma bagunça muito grande, o clube não tem nem orçamento aprovado, se vive em função dos números do ano anterior.
Fonte: ge