Futebol

Vasco vive altos e baixos no 1ª turno do Brasileirão

O Vasco entrou em campo para enfrentar o Goiás, lanterna do Campeonato Brasileiro, na tentativa de afastar a má fase e voltar a vencer após oito partidas na competição. O adversário, em tese, era perfeito para ocasião. Mas desfalcados de seus melhores jogadores, o Cruz-Maltino ficou no empate, tomou sufoco e expôs a fraqueza de seu elenco, motivo maior do momento ruim em 2020.

O clube, que chegou a liderar a competição nas primeiras rodadas com 100% de aproveitamento e viveu dias de euforia com o "Ramonismo" do antigo treinador agora encara a dura realidade da luta contra a degola.

A equipe agora comandada pelo português Ricardo Sá Pinto se ressentiu, principalmente, da ausência do artilheiro Germán Cano. O atacante argentino, além de marcar quase metade dos gols da equipe no ano — 16 de 35 — também tem muito mais qualidade técnica do que seu reserva, Ribamar, que nem de longe consegue manter o nível das atuações e ajudar o Vasco a ter algum poder de foto no ataque.

Com a péssima atuação do camisa 9 e sem a referência que possui no setor ofensivo, o Cruz-Maltino teve muita dificuldade para reter a bola na frente e concluir as poucas jogadas que criou — outro problema do time na partida.

No meio de campo, Sá Pinto tentou usar Carlinhos centralizado à frente de Andrey e Leonardo Gil. Apesar da qualidade técnica do trio, o arranjo não funcionou principalmente pela falta de entrosamento. No segundo tempo, o técnico promoveu o retorno de Martín Benítez na segunda etapa, mas ainda longe da melhor forma física, o argentino não entrou bem e foi insuficiente para modificar o panorama.

"Quando a equipe não faz bem depois de perder a bola e começa a errar um e errar outro, não se reencontra. A frescura física do Goiás e alma deles não nos permitiu ser melhores na segunda parte. Na primeira parte, entendo que estávamos frescos para ganhar a primeira e segunda bola, mas não fomos regulares. Penso que não fizemos um jogo bom, acho que o adversário foi melhor, sobretudo na segunda parte. Isso nos serve de lição e de alerta para a gestão do que temos de fazer na quarta-feira e no futuro", declarou Sá Pinto em coletiva após o empate.

Nem mesmo na zaga, onde tem reservas de ótimo nível, o Vasco conseguiu ter uma atuação de destaque. Titular na vaga de Leandro Castán, Ricardo Graça não fez uma partida ruim, mas a equipe se ressentiu da liderança e confiança do capitão em campo. Em alguns momentos, até na saída de bola a dupla com Miranda não funcionou, justamente uma qualidade dos dois.

Remendado e desentrosado, o Cruz-Maltino ainda teve que lutar contra o próprio cansaço. A queda física da equipe ficou evidente no segundo tempo, quando o time de Sá Pinto chegou a passar sufoco contra um fraco Goiás.

"Tivemos sorte na segunda parte. Hoje, não perdemos dois pontos, mas ganhamos um ponto. Com honestidade. Estávamos fatigados. Começava a falhar um, depois outro. Isso leva a desequilíbrios defensivos e falhas ofensivas. Quando sofreu o gol, já tinha três jogadores para entrar. Estamos, pelo menos, satisfeitos porque não perdemos e saímos da zona de rebaixamento", declarou o treinador.

De bom mesmo na noite de domingo apenas a boa estreia de Léo Matos na lateral-direita, setor onde a equipe se ressentia de uma opção mais física na defesa. Para coroar o bom primeiro jogo, o experiente jogador ainda balançou as redes no primeiro tempo.

Com 19 pontos, o Vasco ocupa o 16º lugar do Campeonato Brasileiro. A posição, entretanto, pode ser temporária, já que o Red Bull Bragantino, com a mesma pontuação, joga hoje (2), às 20h, contra o Grêmio, na Arena. Caso pontue, o time de Bragança Paulista ultrapassa o Cruz-Maltino e o recoloca na zona de rebaixamento.

Na quarta-feira, às 21h30, o time de Ricardo Sá Pinto tem uma decisão pela Copa Sul-Americana, contra o Caracas, na Venezuela. Após vencer por 1 a 0 no jogo de ida, a equipe joga pelo empate para se classificar à próxima fase da competição continental.

Fonte: UOL Esporte