Futebol

A análise de Goiás 1 x 1 Vasco

O Vasco foi a Goiânia com a expectativa de vencer o lanterna da competição, mas acabou deixando o Estádio da Serrinha, no último domingo, aliviado por não ter perdido. O 1 a 1 ficou no lucro, conforme disse o treinador português Ricardo Sá Pinto, principalmente pela fraquíssima atuação no segundo tempo. Há coisas boas, porém, como alento. Os xarás Léo Matos e Léo Gil representam inegável ganho técnico para o time.

Em nenhum momento do duelo, o Vasco sobrou, mas nos minutos iniciais dava pinta de que venceria com folga. Primeiro porque marcou rapidamente, logo aos 18, quando Léo Matos fez jus à fama de bom cabeceador. O gol também ratificou a qualidade de Léo Gil na bola parada com cobrança de escanteio precisa.

A vantagem no placar, aliada a um Goiás que pouco ameaçava, fazia o vascaíno pensar em vitória fácil, mas o time começou a dar mostras do desgaste físico ainda no primeiro tempo e desandou a errar. Andrey, que vem numa queda técnica impressionante, jogava mal e quase entregou o ouro. Sorte dele é que Keko não aproveitou.

A essa altura, só dava Goiás, mas o Vasco foi para o intervalo em vantagem. É bom destacar, porém, que, além de Andrey, Henrique, Vinícius e Talles pouco produziam. O último, aliás, saiu após sofrer um trauma na bacia e tornou-se dúvida para o duelo decisivo com o Caracas, na próxima quarta-feira, na Venezuela, pela Sul-Americana.

Benítez não funciona, e Vasco perde o meio sem Léo Gil

Os 15 minutos de intervalo não foram suficientes para recuperar o desgastado Vasco. O Goiás voltou com todo o gás, e Sá Pinto já preparava três mexidas para oxigenar sua equipe. Não deu tempo: aos 11, veio o empate em lance para ilustrar o mau momento vivido por Andrey. Sem sorte, o volante desviou passe de Vinícius e deixou Fernandão na boa para finalizar. No rebote, Shaylon marcou.

Sá Pinto fez as alterações que pretendia a fim de descansar o time de olho no duelo com o Caracas. Henrique, Léo Gil e Carlinhos deram lugar a Neto Borges, Fellipe Bastos e Benítez. Não deu certo.

Neto até fez alguns desarmes, mas não apoiou com qualidade. Bastos e Benítez foram discretos, e a saída de Léo Gil, o organizador da equipe e dono do melhor passe no setor, fez o Vasco perder o meio-campo.

O Goiás passou a tomar conta, e os atacantes vascaínos não recebiam bolas. Duas até chegaram em Ribamar, mas ele não aproveitou. Primeiro deu cruzamento muito forte, depois finalizou longe do gol de Tadeu.

Fragilizado fisicamente e sem confiança para desenvolver-se técnico e taticamente, o Vasco virou presa fácil, mas o Goiás parou na trave e em defesaça de Fernando Miguel. Como disse, Sá Pinto, foi lucro. Ficou acuado em toda a etapa, finalizou só três vezes (contra 10 do rival) e não criou nada de interessante.

O alento realmente foi a entrada de Léo Matos não apenas pelo gol, mas também por ter sido o jogador que mais deu passes (45) na partida. É verdade que também foi o recordista em erros no quesito (15), mas algo compreensível para alguém recém-chegado.

O jogador de 34 anos deu mais experiência ao Vasco e mostrou estar bem fisicamente, aguentando os 90 minutos. Com Pikachu em temporada sofrível e Cayo Tenório oscilante e agora afastado por Covid-19, Matos cai como uma luva. Cabe a Ricardo Sá Pinto recuperar o bom futebol de peças importantes como Andrey e Vinícius para que os reforços consigam colocar todo o seu talento a serviço da equipe.

Fonte: ge