Vasco reclamou da batida rápida sem razão, diz ex-árbitro
Ricardo Zanei, em São Paulo
Foto: Andre Penner/AP Photo
Subiu a plaquinha, e rolou substituição no time da Globo na Libertadores. Saiu Caio Ribeiro, entrou Junior. Trocar um atacante por um volante ou seria um lateral? não se mostrou uma alteração defensiva. O ídolo do Flamengo estreou no torneio (pelo menos para quem acompanha a competição em São Paulo) na ofensiva: cantou a bola do jogo e citou o gol perdido por Diego Souza como determinante para o resultado. A vitória corintiana por 1 a 0 eliminou o Vasco e colocou o time paulista na semifinal.
Não houve um enfrentamento entre Rio e São Paulo na transmissão global, nem puxação de sardinha para um dos lados. Junior apareceu mais vezes durante o jogo, mas com frases curtas. Casagrande ficou meio escondido, mas, quando falou, falou bastante. Arnaldo César Coelho completou o trio de comentaristas, dessa vez, sem polêmica: se, no primeiro jogo, um impedimento vascaíno foi o assunto da semana, dessa vez, o ex-árbitro só teve trabalho no fim, quando decretou que o lance que originou o gol do Corinthians foi legal.
A bola de cristal
Os dois times fechados no primeiro tempo influenciaram os comentários, que tenderam para a neutralidade. Ninguém se arriscava em campo, e o comportamento se refletia fora dele. Junior afirmou algo um tanto óbvio, mas que se mostrou premonitório: Acho que quem tomar um gol vai ter dificulade de reverter.
No segundo tempo, alguém vai ter que se soltar, e eu acho que será o Corinthians, disse Junior. Com o fim do jogo se aproximando, ele voltou a pressionar o time alvinegro. Acho que o Corinthians sofre um pouco mais essa pressão pela torcida, pelo fato de jogar em casa.
Instantes antes do gol salvador de Paulinho, Junior tirou a bola de cristal do bolso. Se tiver qualquer vacilo, o castigo é grande, afirmou, pouco antes de o volante marcar de cabeça. O jogo estava se apresentando dessa forma. Talvez a única bola que o Vasco tenha perdido no jogo aéreo em toda a partida foi a bola do Paulinho.
O vilão
Ao fim da partida, o gol perdido por Diego Souza foi lembrado, e o ex-flamenguista mais uma vez falou sobre como um jogo pode ser definido em um único lance. A bola do Diego era a bola do jogo. Foi um descuido da defesa do Corinthians que proporcionou a chance para o Vasco, assim como um descuido da defesa do Vasco proporcionou a chance para o Corinthians. Casagrande concordou. O jogo foi muito igual. Estava truncado e foi decidido em um detalhe. O Corinthians falhou, e o Diego Souza não conseguiu fazer o gol. O Vasco falhou na bola aérea, e o Corinthians fez o gol.
Apito afiado
Enquanto os corintianos faziam festa no Pacaembu, os jogadores do Vasco reclamavam da jogada que originou o escanteio do qual saiu o gol de Paulinho. Os vascaínos achavam que o árbitro Leandro Vuaden não deveria ter permitido a cobrança rápida de uma falta. Foi a vez de Arnaldo entrar em ação. Ele está certo em deixar a falta ser batida, a determinação é essa. O Vasco não tem que pedir para fazer a barreira. O Corinthians bateu rápido, o lance foi normal. Fim de jogo. Dessa vez, sem polêmica.
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