Vasco paga contas de gestão do século passado
Eurico Miranda revelou nesta terça-feira que o Vasco quitou cerca de R$ 162 milhões em dívidas desde seu retorno à presidência, em janeiro de 2015. Entre os pagamentos feitos, no entanto, como pareceu ser na fala do dirigente, nem todos os nomes figuraram no clube durante a gestão de Roberto Dinamite. Conforme mostra o balanço financeiro apresentado em abril pela atual diretoria, há credores do século passado, ainda.
Em mais uma entrevista coletiva convocada para apresentar a situação do Cruz-Maltino, o mandatário atual criticou duramente o antecessor. Todos os nomes mencionados, inclusive, estiveram na Colina durante o período em que o camisa 10 foi presidente. Só que, em 2015, o clube teve que pagar por processos e acordos judiciais "firmados para pagamentos em vários exercícios", conforme mostra o documento contábil publicado no site do Vasco, também de antes do primeiro ano de Dinamite.
O nome de maior destaque é o de Romário, que teve três retornos a São Januário, entre 1999 e 2002, 2005 e 2006 e 2007 e 2008. De acordo com o balanço, o agora senador ainda tinha R$ 11,6 milhões a receber. Os valores devidos aos ex-jogadores de basquete, Rogério Klafke e Sandro Varejão eram de R$ 1,4 e R$ 1 milhão, respectivamente. Já Fernanda Venturini, um dos ícones do vôlei brasileiro, fez acordo para receber R$ 462 mil.
Vale lembrar que, em 2014, em lista que este blogueiro teve acesso, o Vasco pagava, a partir de acordos firmados na justiça, jogadores como o meia sérvio Dejan Petkovic, que atuou pelo clube entre 2002 e 2003, o atacante Allan Delon (2005), o goleiro Silvio Luiz (2007) e o lateral Léo Moura (2002), todos que atuaram nas primeiras gestões de Eurico Miranda. Ainda constavam Nasa, campeão da Libertadores em 1998, Viola, Juninho Paulista, Oswaldo de Oliveira, entre outros, da gestão anterior, quando o atual mandatário era vice de futebol.
Ontem, a atual administração repetiu exatamente o que a comandada por Dinamite fez durante boa parte dos seis anos: culpou a "herança maldita". Também houve coletiva de imprensa, apresentação de números, lamento pelas dificuldades, como se houvesse alguma surpresa. No passado, no entanto, não houve ação, as contas se descontrolaram cada vez mais e tudo virou um caos.
Hoje, ao que tudo indica, está se mostrando mais responsabilidade, com manutenção de salários em dia e débitos antigos sendo equacionados. Ainda assim, não se pode negar que, nos dois primeiros mandatos, Eurico também deixou contas abertas e elas fazem parte de uma sangria que contribuiu, entre outras coisas, para um cenário de três rebaixamentos em apenas sete anos.
O torcedor conhece mais do que bem a realidade financeira do clube e suas dívidas, independente de quem as contraiu, e já cansou desse jogo de empurra, de ouvir sobre "herança maldita". O que se cobra agora é a retomada do protagonismo, para que o Vasco deixe de ser um clube que, em 15 anos, conquistou apenas uma Copa do Brasil, três Cariocas e uma Série B. O cruz-maltino já se cansou de ouvir sobre culpados, ele apenas quer uma luz no fim do túnel.
Fonte: ESPNMais lidas
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