Futebol

Vasco inclui garantia de ser o clube líder da 777 Partners na América do Sul

O acordo de pré-compra do Vasco SAF faz parte de uma estratégia mais do 777 Partners de ter uma rede de clubes pelo mundo. Já possui o Genoa, partes dos Sevilla e visa outros times. Neste cenário, o Vasco incluiu no acordo a garantia de que seria o clube líder na América do Sul, isto é, nenhum outro time do seu status seria adquirido na região.

A venda do Vasco ainda depende da aprovação do Conselho Deliberativo e da assembleia geral, sócios. Não há data para votação. 

Durante as conversas com o Vasco, executivos do 777 Partners manifestaram a intenção de ter um grupo de clubes. Seu objetivo é ter ganhos com a interação entre os times da rede a ser montada. Haveria eventual troca de know-how e de negócios.

Enquanto negociava a venda da SAF, o Vasco conversou com outros grupos e sempre foi uma preocupação que o clube não se tornasse uma filial para um time de outro país, eventualmente um europeu. Por isso, foi criado esse mecanismo contratual dando a primazia à agremiação na região.

Pelo acordo, há ainda previsão de um valor mínimo a ser investido anualmente no futebol no clube para torna-lo competitivo na Série A. Além disso, há os aportes garantidos de R$ 700 milhões em três anos para reestruturar o Vasco, tanto fisicamente quanto no futebol e dívidas. Em troca, o fundo fica com 70% da SAF.

Há a possibilidade de um valor mais alto desse total ser disponibilizado para resolver a maior parte da dívida do Vasco. Essa estratégia, no entanto, ainda não está fechada. A diretoria vascaína estima em R$ 722 milhões o valor da dívida líquida ao final de 2022.

Dirigentes do Vasco e do 777 Partners já estão em conversas constantes para formar uma estratégia para diversos assuntos. Entre eles, está o uso dos R$ 70 milhões que entrarão de empréstimo para a associação. A gestão de fato continua nas mãos dos clubes até a conclusão final do acordo, mas o planejamento já é conjunto.

Além do uso do dinheiro, outro ponto em aberto será discutir qual a estratégia do fundo para obter lucro. É algo que o Vasco pretende entender a intenção do fundo norte-americano. Em entrevista ao Globo Esporte, Joshua Wander, sócio do 777 Partners, afirmou que é costuma manter negócios a longo prazo, mas não especificou como será o plano para obter o retorno do investimento.

Outro ponto em aberto para ser decidido pelo Vasco no futuro é a negociação de outros 20% das ações. O plano é que essa parte seja destinada à venda para torcedores. É possível o uso do mecanismo de debêntures (empréstimo conversível em ações) ou IPO (lançamento de ações em bolsa).

O foco da diretoria vascaína, agora, é convencer sócios e alinhavar o restante do acordo. O acordo vinculante será assinado em 60 dias se tudo estiver aprovado. Depois, haveria um contrato definitivo.

Fonte: Coluna Rodrigo Mattos - UOL