Vasco e os outros Clubes do Rio estudam criação de outra loteria
Os quatro grandes do Rio poderão ganhar outra fonte de renda. Trata-se da Raspadinha dos Clubes.
A loteria oferecerá aos apostadores carros, motos, TVs, ingressos e até café da manhã com os times.
Estima-se a arrecadação anual de R$ 50 milhões, com divisão igualitária das cotas.
E de loteria em loteria Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco vão vivendo...
Aliás, aproveito a oportunidade para sugerir a vocês a leitura do artigo enviado pelo advogado Martinho Miranda, especilizado em direito desportivo, sobre a recém-criada Timemania.
É bem aqui na Galeria de Notáveis...
Ano novo, loteria nova. Mas a retórica... essa sim é velha, bastante velha.
A implementação da Timemania vem acompanhada de discursos apaixonados das autoridades esportivas, que apregoam que essa loteria será a salvação dos clubes brasileiros, cuja maioria se encontra endividada até o pescoço.
Mas como todo remédio que se preza, ela não é capaz de solucionar os males financeiros do nosso futebol, pois se destina apenas a abater as dívidas dos clubes com o governo federal.
Na verdade, a Timemania não foi idealizada com o objetivo de ajudar os clubes, sendo antes uma forma criada pela União para receber os seus créditos, que estavam se tornando absolutamente impagáveis em virtude do alto valor que atingiram e que levariam à penhora de sedes sociais e estádios, arruinando agremiações centenárias e de grande apelo popular, o que era inviável politicamente.
Ela funciona como se fosse um contrato: o clube cede à Caixa Econômica o direito de usar os seus símbolos na loteria, recebendo em contrapartida um percentual daquilo que vier a ser arrecadado pelas apostas.
Mas os clubes endividados não verão a cor desse dinheiro, já que ele irá diretamente para uma conta específica, até abater totalmente o que for devido à União. Só após pagar as dívidas é que os clubes receberão diretamente esses valores.
Infelizmente a Timemania é apenas mais uma de muitas medidas paliativas, já que soluciona somente as dívidas atuais dos clubes com a União e não todo o passivo dessas entidades.
A pura e simples implementação pelo governo dessa loteria só fez colocar a poeira para debaixo do tapete, tendo-se desperdiçado oportunidade histórica de se preverem mecanismos de controle, para impedir novos desmandos na administração das agremiações, o que por certo nos levará a enfrentar esse problema novamente em futuro não muito distante...
Martinho Neves Miranda é advogado especializado em direito desportivo
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