Futebol

Vasco aposta em jogadores e treinador jovem para disputar Brasileirão

O Vasco tem o grupo de jogadores com a terceira menor média de idade entre os 20 clubes que disputam o Brasileiro a partir deste fim de semana: 24,9, à frente apenas de São Paulo (24,7) e Atlético-GO (24,4). Mas o cruz-maltino deve rejuvenescer ainda mais, uma vez que o levantamento do site O Gol ainda leva em consideração a presença de Guarín, um dos mais experientes, com 34 anos, que está de saída, enquanto Carlinhos, de 26, está chegando e também não consta na lista. Com essas mudanças, o cruz-maltino vai lapidando a estratégia de privilegiar o novo na disputa da Série A.

Ramon Menezes talvez seja o melhor exemplo da busca pela novidade, potencializada pelas restrições financeiras. O treinador não é o mais novo de idade entre os 20 da competição, mas é um dos menos experientes. Aos 48 anos, pela primeira vez comandará uma equipe na Primeira Divisão nacional. Apenas ele e o treinador do Bragantino, Felipe Conceição, serão calouros. O Santos demitiu Jesualdo Ferreira e tem o experimentado Cuca como principal alvo para o cargo.

Foto: O GLOBOIdade elenco

Prestigiar o frescor de quem ainda tenta preencher o currículo é uma alternativa diante da falta de dinheiro para contratar grandes nomes — mas não a única. O clube já viveu dias de bolsos igualmente vazios e investiu em veteranos: Maxi López e Guarín são exemplos recentes. Ambos chegaram com pompa a São Januário, foram mimados pela torcida, mas rapidamente optaram por tomar novos rumos: o primeiro recorreu aos salários atrasados para rescindir contrato judicialmente. O segundo tem um bom dinheiro a receber e está no direito de protestar valores na Justiça.

Para o comando técnico, a atual diretoria já havia tentado de quase tudo. Primeiro mirou em nomes conhecidos e de bom custo-benefício, como Jorginho e Alberto Valentim. Ambos não deixaram saudades. Depois, investiu em medalhões em baixa, como Vanderlei Luxemburgo e Abel Braga. Apenas o primeiro conseguiu ser unanimidade e um sinal de que o trabalho deu resultado foi a ida, em seguida, para o Palmeiras. Faltava investir no novo. E ele é encarnado por Ramon Menezes, ainda que com a contrapartida do veteraníssimo Antônio Lopes na coordenação técnica.

Sinais de estilo

Ramon Menezes ainda busca uma identidade como treinador e, consequentemente, para esse Vasco que comandará em um segundo semestre movimentado, curto pela pandemia e inchado com três competições simultâneas — Brasileiro, Copa do Brasil e Sul-Americana.

A juventude está distribuída por todos os setores do campo. Apesar de comandar apenas duas partidas no Estadual e três jogos-treinos, Ramon sinaliza uma equipe que atua no 4-3-3, com dois volantes e um meia de criação: Vinícius indo até a linha de fundo para tentar cruzamentos e Talles Magno fazendo o jogo ofensivo em diagonal, saindo da esquerda e levando para o pé direito para tentar a finalização. Vinícius tem 19 anos. Talles, 18.

Com as prováveis saídas de Guarín e Raul — que tenta se transferir para o Bragantino —, o homem de referência do meio-campo é o volante Andrey, provavelmente o melhor jogador do Vasco na temporada até o momento. Idade: 22 anos.

Na defesa, quem sinaliza maior regularidade é Ricardo Graça. Leandro Castan, ídolo da torcida e capitão do time, aos 33 anos, tende a ser poupado de alguns jogos para prevenir lesões. Quem segurará a onda neste cenário será seu companheiro de zaga, no alto de seus 23.

Entre tantas apostas, o Vasco tenta emplacar uma novidade como certeza: a transferência do futebol profissional para o novo centro de treinamento em Jacarepaguá, um caminho para poupar o gramado de São Januário na maratona de jogos que se avizinha e para a diretoria mostrar serviço em ano eleitoral.

Novidade mesmo seria uma classificação entre os seis primeiros do Brasileiro: a última vez que isso ocorreu foi em 2012. De lá para cá, o time da Colina teve dois rebaixamentos, duas classificações entre os dez últimos e um oitavo lugar. Em meio a tantas apostas, uma lugar entre os primeiros é uma que poucos vascaínos têm coragem de fazer.

Fonte: Extra Online