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Vascaínos precisam "ser mais Vasco do que nunca"

O Vasco nasceu em 1898 por um interesse praticamente pessoal. Henrique Ferreira Monteiro, Luís Antônio Rodrigues, José Alexandre de Avelar Rodrigues e Manuel Teixeira de Souza Júnior queriam um clube para poder remar sem precisar ir do Rio de Janeiro para Niterói. A partir daí, nasceu um Gigante, Gigante da Colina, que foi muito além dessa motiviação inicial, virou a vida de todos nós, mas está perdido, à deriva, pelas mãos de um pequeno grupo.

Neste sábado, a equipe de futebol lutou, mas dentro de suas limitações, voltou a ser derrotada. O revés diante do Atlético Mineiro por 2 a 1 foi mais um passo na melancólica caminhada rumo ao terceiro rebaixamento da história cruz-maltina. Apesar de o desempenho ser inaceitável, o elenco, contudo está virando bode expiatório, inclusive com atleta sendo agredido - e olha que muita gente aplaudiu cegamente quando o contrato de Rodrigo foi renovado, em mais uma das bravatas de 2015.

O tapa no veterano zagueiro foi mais forte do que o Vasco poderia imaginar. Não a instituição, que segue tentando se manter firme e inabalável, mas sim desse arremedo de gestão, que agora se vê em uma encruzilhada, precisando, mesmo sem saber como, atender a quem deu suporte há bem pouco tempo.

De repente, até um grupo que tenta o chegar ao poder na principal torcida organizada cruz-maltina faz uma nota em que ameaça jogar no ventilador detalhes da eleição do ano passado. O tom ameaçador dá a entender que não falta história para ser contada sobre 2014.

"Não tememos nenhuma ação judicial movida pelo presidente e acreditamos que o mesmo que deve nos temer, não pela violência, mas sim, caso nos queira colocar à disposição da justiça, para esclarecermos todos os seus acordos, promessas e atitudes com sócios e integrantes organizados desde o período eleitoral", diz a nota.

Que pessoas são essas? Que guerra é essa que está sendo travada? A luta do Vasco, que neste ano é pela salvação no Brasileirão, sempre foi para ser melhor que os outros nas arenas esportivas. Em pauta, agora, estão boicote interno - ou externo, como em alguns anos -, dívidas sem fim, brigas nas arquibancadas, agressões em salões, ruas, churrascos, arquibancadas.

Isso que querem nos vender, essa imagem que querem nos passar, não é a real face Gigante da Colina. Isso é um engodo para nos manter longe, desmotivados, desmobilizados. Afastar a pessoa de bem é a melhor forma de garantir que tudo fique como está. 

O vascaíno de verdade precisa se apresentar, indo para o estádio mesmo na derrota certa, cantando e apoiando enquanto for possível, vaiando e cobrando quando necessário. O torcedor tem que subir de patamar, tem que se associar, por mais barreiras que queiram impor. Quem leva a Cruz de Malta no peito deve saber quem é quem nos bastidores da Colina.

Se a instituição nasceu do desejo de um pequeno grupo, da vontade de cair na água para remar, agora precisa ser movida pela paixão de milhões. Nos momentos difíceis, é fundamental ser mais Vasco do que nunca, para que não o tirem de nós.

Fonte: Blog Caldeirão Cruz-Maltino no ESPN FC