Torcedor vai para Júri Popular por selvageria em Joinville
A 1ª Vara Criminal de Joinville levará a Júri Popular o torcedor do Vasco Leone Mendes da Silva pela tentativa de assassinato do torcedor do Atlético-PR Estevam Vieira da Silva, na última rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado, na Arena Joinville, em Santa Catarina. A sentença de pronúncia é da juíza Karen Francis Schubert Reimer.
Na ocasião, uma enorme briga entre torcedores dos dois times fez pelo menos três vítimas e levou à prisão 31 torcedores dos dois times. Leone foi flagrado por câmeras de televisão que faziam a cobertura da partida empunhando uma barra de madeira, que continha um prego na ponta. De acordo com as imagens, Leone agrediu torcedores com o artefato. Falamos com o advogado do acusado, mas ele disse que seu cliente preferia não se manifestar.
Entre as imagens mais chocantes, estava a do torcedor do Atlético-PR William Batista da Silva que, mesmo desmaiado, continuava sendo agredido pelo grupo. Ele foi retirado do estádio por um helicóptero, trajando apenas a cueca, pois suas vestes e outros objetos pessoais haviam sido "subtraídos" por agressores.
Inicialmente, achou-se que a arma usada por Leone era uma barra de ferro, mas durante as investigações chegou-se à conclusão que tratava-se da perna de uma mesa de madeira que havia sido retirada de um dos bares do estádio pelos torcedores envolvidos na briga.
O torcedor poderá aguardar o julgamento em liberdade, desde que continue se apresentando em uma delegacia policial duas horas antes até duas horas depois de todas as partidas do Vasco. A mesma medida vem sendo aplicada pelos outros 30 réus nos três processos abertos sobre o caso.
Vítima diz que ouviu ordens para matá-lo
Em depoimento à Justiça, Leone negou que estivesse com "um pedaço de pau nas mãos" e afirmou que "somente ia aos estádios de futebol para assistir aos jogos". Ele negou que participasse de torcida organizada. Leone foi preso pela Polícia Militar de Santa Catarina quando se escondia dentro do banheiro de um ônibus, que levara a torcida ao estado. Ele negou que estivesse se escondendo.
Já uma das vítimas, William, confirmou que era da torcida organizada do Atlético-PR e que chegou a "trocar socos" com os vascaínos. Ele disse à Justiça que antes de desmaiar ouviu seus agressores gritando "mata, mata".
Além da tentativa de homicídio por motivo fútil e sem chance de defesa da vítima, Leone será julgado por dano ao patrimônio.
Dois outros torcedores são processados por tentativa de homicídio, Arthur Barcelos Lima Ferreira e Jonathan Fernandes dos Santos, mas os processos correrão em separado. Os demais réus respondem por "provocação de tumulto em jogo de futebol", crime previsto no Estatuto do Torcedor, dano ao patrimônio e formação de quadrilha.
Recado na internet
Em abril, quando foi posto em liberdade, Leone escreveu na sua página no Facebook:
"Muitos me criticaram, mas não sabem o que passamos pelos nossos maiores amores. Vou deixar uma frase para os recalcados filhas (sic) das p...: Os fracos não fazem história, mas sim os valentes. Chupa", postou, no dia 7 de abril, ganhando apoio de amigos e se empolgando para novo comentário: "Só quem está no dia a dia pode falar. Somos o que somos. Se arrepender jamais", disse.
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