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The New York Times fala sobre a situação da 777 em artigo

O atraso no pagamento do segundo aporte ao Vasco foi um dos temas abordados, nesta terça-feira, pelo "The New York Times", em artigo que destrincha situação da 777 Partners. A dona da SAF do clube carioca está prestes a adquirir o Everton, da Inglaterra, o que motivou a reportagem intitulada "A empresa misteriosa com um pé na Premier League".

O acordo da compra do Everton foi oficializado em setembro, e o fundo vai adquirir 94,1% da participação no clube inglês. Mas "a Premier League, a Federação Inglesa de Futebol e um regulador independente do governo britânico, a Autoridade de Conduta Financeira, devem aprovar o acordo proposto, um processo que provavelmente levará meses", alerta o artigo.

"O que eles descobrirem pode ter implicações não apenas para o futuro do Everton, um gigante falido, mas também para o resto das equipes com problemas financeiros na rede da 777".

Se confirmada a compra do Everton, a 777 passará a ter oito clubes em seu portfólio. Além do Vasco, a empresa é dona do Genoa (Itália), Red Star (França), Standard Liège (Bélgica), Hertha Berlin (Alemanha) e Melbourne Victory (Austrália). Possui ainda participação minoritária no Sevilla (Espanha).

"As aquisições ocorreram tão rapidamente que foi difícil acompanhar. Um acordo para comprar o time de futebol mais antigo da Itália. Um investimento em um dos times mais populares do Brasil. Participações em clubes conhecidos na Bélgica e França, Alemanha e Austrália", pontua o artigo.

O modelo de negócio da 777

De onde vem o dinheiro da 777? Esta é uma das perguntas que a reportagem tenta responder com a ajuda de funcionários atuais ou ex-funcionários, dirigentes de clubes e outros que fizeram negócios com o 777.

"Muitos dos detalhes financeiros da empresa são difíceis de verificar, uma vez que o negócio é privado e a sua estrutura financeira, segundo funcionários e ex-funcionários, é controlada de perto por Wander e Pasko (sócios-proprietários da 777).

A empresa depende de empréstimos para operar muitos de seus negócios. Um dos maiores credores do 777 é a A-Cap, uma empresa privada que opera no setor de seguros e investimentos, disseram três pessoas. A-Cap não respondeu a um pedido de comentário".

A reportagem cita os atrasos da 777 em pagar alguns clubes, incluindo o Vasco. O clube carioca aguarda nesta terça-feira a última remessa do aporte previsto para 2023. Por contrato, a SAF deveria ter recebido o dinheiro até o dia 5 de outubro. No entanto, a empresa alegou problemas burocráticos no trâmite de transferências internacionais. Faltam R$ 36 milhões.

"Sem o dinheiro, o Vasco não conseguiu fazer pagamentos pendentes a seus fornecedores e a clubes, devidos em acordos anteriores com jogadores. Como perdeu alguns dos pagamentos, o órgão administrador do futebol proibiu o clube de inscrever novos jogadores até que as suas dívidas fossem pagas".

O artigo diz ainda que a 777 emprestou 25 milhões de dólares ao Everton no mês passado, o que não passou despercebido ao Vasco, já que o montante "era semelhante a um valor que, naquele momento, ainda era devido ao Vasco".

O dono da 777

Por fim, a reportagem do "The New York Times" aborda o sócio-fundador da 777, Josh Wander. É ele quem fala em nome da empresa nas raras declarações oficiais. A condenação por tráfico de cocaína, em 2003, é um dos temas abordados. Assim como outras polêmicas judiciais.

"Os registros judiciais revelam outros detalhes sobre o Sr. Wander, sua empresa e dinheiro. Em 2012, o cassino Bellagio processou Wander por não pagar um adiantamento em dinheiro de US$ 54.500. Em março, a American Express foi ao tribunal pedindo US$ 324.000,89 que haviam sido cobrados de um cartão de crédito da 777 Partners. O porta-voz da 777 disse que ambos os assuntos foram resolvidos. Documentos judiciais mostram que o reembolso do Bellagio permaneceu pendente por pelo menos seis anos.

Na semana passada, um antigo parceiro comercial do negócio aéreo da 777 fez uma alegação de fraude contra a empresa no Tribunal de Chancelaria em Delaware. O processo afirma que a empresa e uma subsidiária, Phoenicia L.L.C., 'fazem parte de uma rede de empresas que a 777 usa para movimentar dinheiro e ativos para operar e ocultar uma empresa fraudulenta em expansão'. O porta-voz da 777 se recusou a responder à acusação, citando política da empresa de não comentar litígios".

Fonte: ge