Súmula de Evandro Rogério Rouban pode render interdição de São Januário

Além da desclassificação na Copa do Brasil, diante do Vitória, o Vasco ainda pode ganhar novos problemas em função da partida contra o clube baiano, em São Januário, na última quarta-feira, dia 5 de maio. Muito criticado pela torcida e integrantes do time carioca, o árbitro Evandro Rogério Roman fez relatos na súmula do jogo que podem acabar complicando a vida do diretor executivo Rodrigo Caetano e do próprio Vasco no futuro. Ambos podem acabar punidos no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

A confusão ocorrida após o jogo teve seu início dentro de campo. Logo no primeiro tempo, quando o Vasco vencia por 1 a 0, Evandro Roman marcou pênalti a favor do Vitória e ainda expulsou o volante Nilton. A reclamação maior nem foi pela marcação do pênalti, mas sim a expulsão do atleta, que não era o último homem do Vasco na tentativa de impedir o gol adversário. Além disso, no segundo tempo, o goleiro rubro-negro Viáfara cometeu falta dentro da área e não foi expulso, aumentando a ira vascaína.

No fim do jogo, o árbitro relata palavrões ditos pelo dirigente do clube da casa. “No final do jogo, fomos abordados aos gritos na boca do túnel, que dá acesso ao túnel da arbitragem, pelo Sr. Rodrigo Caetano, diretor executivo do C. R. Vasco da Gama, dizendo \"Seus filhos da p..., vocês vieram aqui mal intencionados\"\".

Em anexo à súmula, Evandro Roman segue relatando outros fatos. \"Após o término da partida, enquanto nos encontrávamos no vestiário da arbitragem, por várias vezes, aproximadamente (06) seis vezes, pessoas não identificadas por nós, desferiram violentos golpes na porta que dá acesso ao vestiário da arbitragem. Informo que vociferavam por várias vezes dizendo \"Vocês vão morrer hoje aqui, quero ver você sair daqui, nós vamos ficar até o final para pegar vocês, pelo menos uma porrada na sua cara nós vamos dar\". Informo ainda que deixamos o estádio, saindo pelo gramado, e o deslocamento deste foi realizado pelo micro-ônibus do GEPE - Grupamento Especial de Policiamento em Estádios, local este onde concluímos este relatório anexo\".

O Vasco corre agora o risco de ter que responder ao artigo 211 (deixar de manter o local que tenha indicado para realização do evento com infra-estrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança para sua realização) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, com pena de multa que varia entre R$ 100 e R$ 100 mil, além de \"possível interdição do local, quando for o caso, até a satisfação das exigências que constem da decisão\".

Já Rodrigo Caetano pode ser denunciado no artigo 258, § 2º, II, (assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código. Constituem exemplos de atitudes contrárias à disciplina ou à ética desportiva, para os fins deste artigo, sem prejuízo de outros: desrespeitar os membros da equipe de arbitragem, ou reclamar desrespeitosamente contra suas decisões). A pena para o dirigente pode ser de suspensão 15 a 180 dias.