Sub-20: A trajetória de Tiago Reis
Há 21 anos, um jogador nascido no Distrito Federal foi um dos protagonistas do título do Internacional na Copa São Paulo de Futebol Júnior. O zagueiro Lúcio, campeão da Copa do Mundo de 2002, era o capitão colorado na campanha do time comandado por Guto Ferreira. O menino de Planaltina levantou a taça, no Morumbi, após o triunfo nos pênaltis sobre a Ponte Preta. Nesta sexta-feira, outro jogador brasiliense pode entrar para a história do torneio na decisão contra o São Paulo, às 15h30, no Pacaembu.
Vice-artilheiro da Copinha com oito gols, um atrás de Gabriel Novaes, do São Paulo, o camisa 9 do Vasco, Tiago Reis, nasceu na capital do país e tem a oportunidade de levar o time cruz-maltino ao título contra o São Paulo. Curiosamente, ele veste a camisa do clube carioca há apenas cinco meses.
A promessa cruz-maltina começou no Cruzeiro Novo, onde morava. Jogou futsal até os 7 anos na escolinha do Ajax e decidiu trocar as quadras pelo campo em 2013. Ousado, arrumou as malas em 2015, deixou Brasília e colocou o pé na estrada para fazer teste no Goiás. Concorreu com 600 meninos em três dias.
“Ele foi aprovado aqui com a gente. Garoto muito bom, cabeça boa. Na época, o Leandro Campos foi quem selecionou o ‘Tiagão’, que era o apelido dele aqui. Ficou com a gente. Biótipo bom, grande, um excelente finalizador”, lembra em entrevista por telefone ao blog Hely Maia, coordenador das divisões de base do Goiás.
Aprovado na seleção, Tiago evoluiu nas divisões de base do Goiás em 2016. Arrematou a artilharia do Campeonato Goiano Sub-17 com 19 gols e levou o time esmeraldino ao título da categoria. No mesmo ano, foi vice-goleador da Taça Mané Garrincha com 13 bolas na rede. Consequentemente, ganhou vaga na lista dos inscritos para a Copa São Paulo de Futebol Júnior 2017 sob o comando do técnico Sílvio Criciúma. Inscrito com a camisa 9, iniciou a competição titular contra o Pérolas Negras, mas perdeu a posição ao longo do torneio.
“Ele foi titular no primeiro jogo e depois saiu do time. Não recuperou a posição. É da geração 1999 do Goiás, considerada a mais promissora do clube. Em 2017, o clube representou o Brasil na Universíade, em Taiwan, e ele foi conosco. Quando voltamos, assumi o profissional do Goiás e ele seguiu para o Cruzeiro”, conta o treinador.
Xerife da defesa de Luiz Felipe Scolari no título do Criciúma na Copa do Brasil 1991, Sílvio Criciúma comanda o Grêmio Anápolis no Goianão. Ex-zagueiro, ele sabe quando um centroavante é talentoso. “Se tivessem perguntado a minha opinião, ele estaria no Goiás até hoje. É muito bom jogador. Fiquei até surpreso quando vi o Tiago jogando pelo Vasco na Copa Ypiranga lá no Rio Grande do Sul, e agora, na Copinha. Tem potencial. Sabe fazer gol, se posiciona muito bem”, avalia.
Essas referências levaram Tiago Reis de Goiânia para Belo Horizonte. Passou a trabalhar na base do Cruzeiro. No ano passado, o centroavante disputou a Copinha pela segunda vez. Vestia a camisa 9 celeste sob a batuta de Emerson Ávila, mas passou em branco na competição. Viveu maus momentos no clube mineiro.
Dispensado pelo Cruzeiro no segundo semestre do ano passado, recomeçou no Vasco. Com passagem pela Raposa, o técnico do Vasco, Marcos Gomes Valadares, conhecia Tiago Reis da base celeste. O estafe da promessa reclamou da falta de oportunidade e do estilo de jogo nas divisões inferiores da equipe mineira.
Incorporado ao elenco do Vasco, o centroavante colecionou bons resultados. No fim do ano passado, foi vice-artilheiro do Torneio Otávio Pinto Guimarães (OPG) com oito gols — um a menos do que Vitor Gabriel, do Flamengo. Agora, está na briga com Gabriel Novaes para ser o goleador da Copa São Paulo de Futebol Júnior.
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