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STJD requere instauração de inquérito na Série B

Após verificar o dossiê apresentado pelo Santa Cruz, que mostraria a tentativa de extorsão de um membro da Comissão de Arbitragem da CBF para manipular resultados da Série B, a procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva requereu a instauração de um inquérito para averiguar o caso. Os documentos foram enviados na segunda-feira pelo presidente do Santa, Édson Nogueira, e mostravam uma seqüência de e-mails enviados Paulo Jorge Alves, suposto membro da Comissão de Arbitragem.

Neles, ele estaria pedindo uma quantia para favorecer o time pernambucano.


Segundo o procurador geral do STJD, Paulo Schmitt, o dossiê mostrou suspeitas de fraude na Segundona. Para ele, será necessária uma investigação detalhada para saber o que de fato aconteceu.



Entretanto, o requerimento de inquérito ainda passará pelas mãos de Rubens Approbato Machado, presidente do STJD. “Antes de mais nada, isso vai chegar ao Approbato, que ainda precisará definir a abertura, escolher um auditor para presidir as investigações”, declarou, em entrevista por telefone à GE.Net.



O procurador geral também evitou falar em conseqüências, caso seja confirmado o esquema de manipulação. “Isso vai depender das investigações, porque não dá para saber o que pode aparecer”, afirmou. A Federação Pernambucana de Futebol (FPF) afirmou que, caso seja comprovada a fraude, a hipótese de anular a Série B deveria ser considerada.



Em 2005, o árbitro Edílson Pereira de Carvalho se envolveu em um esquema conhecido como a “Máfia do Apito”. Na ocasião, os jogos apitados por ele no Campeonato Brasileiro foram cancelados e novamente realizados após um imbróglio na Justiça. Naquele ano, o Corinthians se sagrou campeão, apesar dos protestos do Internacional, que afirma que seria o detentor do título se esses jogos não tivessem sido disputados novamente.



Mesmo com o fantasma desse episódio ainda presente, Paulo Schmitt ainda acha que é cedo pensar em um novo “caso Edilson”. “Eu quero crer que não vamos ter mais isso, mas não posso afirmar, porque temos que esperar a investigação”, finalizou.



No requerimento, Schmitt solicitou que o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Carlos Alberto de Oliveira, e o presidente da Comissão de Arbitragem, Sérgio Corrêa da Silva, tenham seus depoimentos recolhidos. Além disso, ele pediu que o presidente do Remo, Raimundo Ribeiro, assim como o do Santa Cruz, Édson Nogueira, sejam interrogados. Por fim, também foi feita uma requisição para que o árbitro Paulo Jorge Alves seja questionado.

Fonte: Último Segundo