Futebol

Solidez deu lugar à insegurança dos atletas de defesa do Vasco

O mau momento do Vasco na Série B do Campeonato Brasileiro coincide com a queda de rendimento de jogadores que foram fundamentais na boa campanha que o time fez no primeiro turno. A solidez defensiva, marca da equipe no início da competição, deu lugar à insegurança dos atletas da defesa e à oscilação do goleiro Thiago Rodrigues, um dos principais nomes do elenco em 2022.

Foto: Daniel Ramalho/CRVG

A derrota por 3 a 0 para o Cruzeiro, na noite da última quarta-feira, evidenciou a má fase de Thiago Rodrigues, que foi alvo de críticas em dois dos três gols sofridos pelo Vasco em Belo Horizonte. Porém, tanto no gol de Filipe Machado quanto no de Luvannor, a bola desviou em Danilo Boza e enganou o goleiro, que, por outro lado, não mostrou tempo de reação em nenhum dos lances.

Thiago Rodrigues pelo Vasco em 2022:

  • Campeonato Carioca: 13 gols em 12 jogos
  • Copa do Brasil: um gol em 2 jogos
  • Série B (primeiro turno): oito gols em 17 jogos
  • Série B (segundo turno): 17 gols em 12 jogos

Thiago Rodrigues, que há pouco mais de um mês era o goleiro com mais jogos sem sofrer gol das Séries A e B do Brasileirão, foi vazado 17 vezes nos 12 jogos do segundo turno. Já sofreu nove gols a mais do que havia levado nas 17 partidas em que atuou no primeiro turno.

Nesta segunda parte da Série B, o goleiro só ficou sem levar gols em dois jogos - a vitória sobre o CRB e o empate com a Chapecoense, ambos em São Januário. No primeiro turno, os adversários do Vasco passaram em branco em 11 partidas contra Thiago Rodrigues, que chegou a emendar cinco confrontos seguidos sem ser vazado.

A lentidão do goleiro em lances como os que aconteceram contra o Cruzeiro e até mesmo diante do Grêmio, há duas rodadas, é o que mais preocupa o torcedor. Mas o momento ruim de Thiago Rodrigues coincide com a queda de rendimento do time todo, em especial dos homens da defesa. Por isso, apesar das críticas pelas falhas, há também quem defenda o jogador.

Os desvios em Danilo Boza no Mineirão não são episódios à parte no Vasco. Contra o Grêmio, na estreia do técnico Jorginho, Quintero também desviou bola que confundiu o goleiro. O zagueiro, aliás, já havia marcado gol contra na derrota para o Bahia, no segundo turno. Tanto que a entrada de Boza foi opção do treinador para tentar tirar o foco da torcida, que vinha criticando o colombiano.

- Qualquer falha de qualquer atleta fui eu que escalei, então qualquer responsabilidade é minha. O treinador não deve jamais colocar a culpa no atleta, de forma nenhuma. Nós temos uma equipe que vai alcançar o objetivo e vai voltar para a Série A. Isso é certo, isso aí vai acontecer, independente de qualquer situação, a gente está unido, então se alguém falhou é o treinador - disse Jorginho após a derrota para o Cruzeiro.

Os deslizes da zaga vascaína passaram a ser frequentes após a saída de Zé Ricardo, que pediu demissão para trabalhar no Japão. Após a chegada de Maurício Souza e, posteriormente, o trabalho do interino Emílio Faro, o Vasco não conseguiu mais manter a solidez defensiva.

Se com Zé Ricardo o Vasco sofreu três gols em 10 jogos, com Maurício foram sete em oito. Sob o comando de Emílio Faro, o time foi vazado 12 vezes em 10 confrontos. E agora com Jorginho já são seis gols em apenas três jogos. Os números explicam a oscilação vascaína na Série B e a campanha ruim do segundo turno, com quatro vitórias, um empate e sete derrotas.

O novo treinador tem como missão na semana livre até o confronto decisivo contra o Londrina, na próxima quinta-feira, reajustar a defesa vascaína e dar confiança ao goleiro Thiago Rodrigues. Na zaga, Jorginho poderá fazer mudanças - as opções são Anderson Conceição, Danilo Boza, Quintero, Zé Vitor e Miranda, que foi liberado nesta semana para voltar a atuar pelo Vasco após cumprir um ano de suspensão depois de ter sido flagrado no exame antidoping da Conmebol.

Fonte: Globo Esporte