Site faz análise da vitória vascaína contra o Londrina
Que o torcedor não espere um Vasco massacrando os adversários na Série B, com aquelas atuações no campo ofensivo, criando incontáveis chances de gol durante os 90 minutos, e goleando. Raramente será assim. Até por questões óbvias: a média de idade de 30,5 anos do time titular tornaria isso quase que suicídio. Aí, que entra a inteligência - ou experiência - que tem feito o Cruz-Maltino passear no caminho de volta à elite do futebol nacional. E a exibição na vitória diante do Londrina, terça-feira, fora de casa, foi mais uma prova disso: um time que pode até não encantar, mas convence pela autoridade.
Por mais precoce que possa parecer, tratava-se de um jogo decisivo, sim, para o time de Jorginho. Com duas derrotas nos últimos três jogos e compromissos fora de casa em sequência pela frente, dar a volta por cima do susto diante do Paysandu era emergencial, uma prova de força. E o Vasco passou por esse teste ao melhor estilo Vasco-2016 de ser: mortal, maduro e sem sofrer sustos. Podem até falar: "Ah, mas o gol surgiu em um lance de sorte". Não importa. O ponto a ser explorado é que o time foi consistente.
Claro que o gol de Rodrigo logo aos seis minutos facilitou as coisas. Coube ao Vasco, porém, ditar as ações a partir daí - seriam mais 84 minutos - e assim foi feito. Por mais que o Londrina se mantivesse mais tempo no campo de ataque e apresentasse uma pressão ilusória, foram os cariocas quem mais se aproximaram do segundo gol. Com exceção de grande defesa em chute de Keirrison cara a cara, Martín Silva não precisou aparecer com grande destaque. No máximo, em duas saídas eficientes para divididas com os atacantes. Marcelo Rangel, do outro lado, escapou em pelo menos três oportunidades claras em finalizações de Leandrão, duas vezes, e Rodrigo.
Intensidade ofensiva não é, e nem vai ser, a característica principal desse Vasco - mesmo na maior vitória, contra o Sampaio Corrêa, o mapa de calor aponta para um time bem postado e fatal nos avanços -, o que mostra um autoconhecimento de suas virtudes e capacidade. O "time que tem que ser protagonista" tão falado por Jorginho cumpre sua função ditando e não acelerando o ritmo do jogo. Quando tentou fazer isso, se expôs e foi "castigado" na derrota para o Paysandu.
Em um campeonato tão pegado como a Série B, o Vasco faz, a sua maneira, a técnica se sobrepor à intensidade tão encontrada em cenários desfavoráveis em gramados Brasil afora. Contra o Londrina, roubou mais bolas (13 a 10), teve mais posse (52% x 48%), errou menos passes (16 a 21) e criou mais chances claras (4 a 2) mesmo contra um adversário que "pressionou" em seu campo praticamente por 84 minutos. As 13 finalizações e 20 bolas levantadas na área pelo time da casa mostram um volume de jogo que praticamente não ameaçou a vitória do Vasco.
Ao torcedor que possa ter ficado preocupado com as derrotas para Atlético-GO e Paysandu, ou até mesmo com a vitória magra diante do Londrina, o recado que fica é de que é fundamental reconhecer o produto que se tem nas mãos para fazer bom uso dele. E isso Jorginho parece entender bem. Não foram poucas as vezes em que deu o recado: “Não vamos vencer a Série B com os pés nas costas”. Cinco das oito vitórias foram apenas por um gol de diferença, por mais que em quase todas o triunfo tenha acontecido de forma tranquila. Sem ser brilhante, mas muito seguro de si e eficiente, o Vasco segue em céu de brigadeiro seu voo de volta para Série A.
Estatísticas de Londrina x Vasco
Finalizações: 13 x 9
Chances claras: 2 x 4
Posse de bola: 48% x 52%
Passes errados: 21 x 16
Roubadas: 10 x 13
Bolas levantadas 20 x 9
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