Sérgio Cabral: "Permanecer na elite é possível"
Por Sérgio Cabral
Nada mais cruel para o Vasco do que vencer brilhantemente por 2 a 0 o Coritiba (gols do atacante Leandro Amaral), na casa dele, e ser impedido de comemorar, porque suas vitórias têm de ser acompanhadas pelas derrotas dos concorrentes diretos na briga pela permanência na Primeira Divisão.
Há quem diga que a tortura acabou no Brasil. Para os vascaínos, porém, ela continua. De qualquer maneira, como disse o técnico Renato Gaúcho depois do jogo de ontem no Couto Pereira, tudo é possível no futebol.
Quem sabe? O Vasco de ontem deixou dois tipos de sensação na sua torcida.
A primeira é de esperança: se atuar da mesma maneira domingo próximo, contra o Vitória, em São Januário vencerá a partida. E terá a chance de escapar da degola.
A segunda, de indignação: por que não jogou sempre assim durante o Brasileirão? De qualquer maneira, haja o que houver, omundo não vai acabar para o Vasco e fica o consolo de que o time pode ser muito melhor do que tem sido.
Seria fácil atribuir a grande atuação do Vasco exclusivamente ao empenho dos jogadores, que superaram as suas limitações com um esforço que, na metade do segundo tempo, vendo o cansaço deles, diria que foi sobre-humano. Mas a defesa, que tem sido a responsável por quase todas as derrotas da equipe, foi quase perfeita na marcação, não permitindo que prevalecesse a superioridade técnica dos atacantes adversários.
A superioridade dos jogadores do Coritiba aparecia nos dribles (alguns deles muito bonitos) e nas trocas de passe. Mas as jogadas bonitas eram infrutíferas, porque a defesa do Vasco raramente permitiu finalizações perigosas.
Além disso, é justo chamar a atenção para a atuação de pelo menos dois jogadores, Alex Teixeira e Madson. Ambos correram muito, mas não deixaram que fossem apenas os jogadores do Coritiba aqueles que jogavam com boa técnica. Alex é um menino cada vez mais maduro e cada vez mais decisivo, como mostrou na jogada do primeiro gol, que saiu somente porque ele estava marcando o jogador Maurício quando este tinha a bola dominada e escorregou.
Quanto ao Madson, se o Vasco escapar do rebaixamento, passa também a merecer uma estátua em São Januário.
- SuperVasco