Futebol

Seleção chinesa pode impedir volta de Alex Teixeira ao Brasil em 2021

Longe do futebol brasileiro há uma década, o meia-atacante Alex Teixeira tem só mais dois meses e meio de contrato com o Jiangsu Suning, da China, e está livre para assinar com o time que bem entender para o próximo ano.

A notícia é ótima para Corinthians e Vasco, que há tempos têm interesse na repatriação do jogador de 30 anos e já vêm negociando com o estafe do atleta a respeito da possibilidade de contratá-lo para a próxima temporada.

Mas as equipes brasileiras podem ganhar uma adversária inesperada na disputa para ter o camisa 10 em 2021: a seleção chinesa.

O meia-atacante tem a possibilidade de seguir os passos de Elkeson (Ai Kesen), Fernandinho (Fei Nanduo), Aloísio (Luo Guofo) e Ricardo Goulart (Gao Late): naturalizar-se chinês e tentar ajudar o gigante asiático a se classificar para a Copa do Mundo-2022.

Mas, para isso, terá de permanecer na China mesmo após o fim do seu contrato com o Jiangsu Suning. O brasileiro completa cinco anos consecutivos vivendo no país em fevereiro e só então poderá dar início ao processo de obtenção de novo passaporte.

O "Blog do Rafael Reis" apurou que as autoridades que mandam no futebol chinês ainda não entraram em contato com Alex Teixeira. O jogador, no entanto, está ciente da possibilidade de naturalização e até já deu entrevistas falando sobre o tema.

Originalmente, o nome do atleta formado nas categorias de base do Vasco não fazia parte do projeto de naturalização em massa de estrangeiros desenvolvido pela China para tentar retornar aos Mundiais —jogou pela primeira e única vez em 2002.

Isso porque Alex Teixeira disputou as Copas do Mundo sub-17 (2007) e sub-20 (2009) pelo Brasil, o que tornava impossível seu aproveitamento pela seleção chinesa.

No entanto, no mês passado, a Fifa decidiu flexibilizar seu regulamento que proíbe que um jogador defenda dois ou mais países ao longo da carreira e abriu um novo leque de oportunidades para o meia-atacante.

De acordo com o novo estatuto da entidade, um jogador pode sim assumir uma nova cidadania futebolística, mesmo que já tenha disputado partidas de competições oficiais por outras seleções, desde que ainda não tivesse completado 21 anos na época.

Alex Teixeira jamais atuou pela equipe adulta do Brasil (apesar de ter sido pré-convocado para a Copa América Centenário, em 2016). Na última vez que jogou pela seleção sub-20, tinha 19 anos.

O Vasco foi o único time que o meia-atacante defendeu em seu país-natal. Ele se tornou profissional em 2008 e foi campeão da Série B do ano seguinte. Em 2010, acabou negociado com o Shakhtar Donetsk por 6 milhões de euros (quase R$ 40 milhões, na cotação atual), até hoje a maior venda da história do clube.

Na Ucrânia, construiu uma carreira de sucesso. Foi cinco vezes campeão nacional e uma vez eleito o melhor jogador do país. Chegou a receber propostas de clubes do primeiro escalão da Europa, como Liverpool e Chelsea, mas o Shakhtar se negou a vendê-lo.

A situação só mudou em 2016, quando o Jiangsu Suning se dispôs a pagar 50 milhões de euros (R$ 331 milhões por ele). Alex Teixeira ainda é o terceiro reforço mais caro do futebol chinês em todos os tempos.

Apesar da violenta grana investida nele, o brasileiro não ganhou nenhum título na Ásia. Ele acumula até hoje 148 partidas, 70 gols e 42 assistências pelo time. Na atual temporada, está classificado para as quartas de final da Superliga Chinesa e enfrenta amanhã o Chongqing Dangdai Lifan por vaga na semi.

Fonte: Blog do Rafael Reis - UOL