Futebol

Saiba por onde anda Mauro Galvão, ex-Vasco

Seja como comentarista ou em atividades particulares e confidenciais, o ex-zagueiro Mauro Galvão vai passando o tempo à espera de uma nova oportunidade. O agora técnico planeja assumir um clube e reaparecer na nova profissão. Mas espera sem pressa e sem a vontade de colocar o currículo embaixo do braço e procurar qualquer espaço para trabalhar.

Em entrevista ao Pelé.Net, Mauro Galvão falou sobre suas perspectivas para o futuro à beira do gramado e sobre a atitude de alguns treinadores, que diferentemente dele, \"cavam\" lugares para trabalhar.

\"Isso existe, é normal. Nunca aconteceu comigo, mas já fiquei sabendo de histórias desse tipo\", disse o ex-atleta, que preferiu não revelar os nomes de pessoas envolvidas. \"Mas não é só no futebol que isso acontece. Em qualquer profissão você ser tranqüilo, certinho e quietinho não dá certo\", ensinou o antigo \"capitão\", como era chamado nos clubes em que passou.

Aliás, se Mauro Galvão saísse às ruas munido de um currículo para procurar emprego, haveria mais linhas escritas sobre seus feitos dentro das quatro linhas do que na área técnica. Apesar do bom início como treinador no Vasco da Gama, passando depois por Botafogo, Vila Nova-GO e Náutico, ele ainda precisaria de muitas glórias para superar o desempenho como jogador.

Na década de 70, demonstrou \"pé-quente\" ao estrear pelos profissionais do Internacional. Pouco tempo depois de deixar as categorias de base por indicação de Falcão, conseguiu ajudar o clube a se sagrar campeão brasileiro em 1979.

A mesma sorte, porém, não ocorreu na Copas de 86 e 90, quando ficou marcado pelos fracassos do Brasil. De qualquer modo, sempre se destacou pela técnica apurada. Raras foram as vezes em que se viu Galvão afastar o perigo com chutões. Se na seleção brasileira o único título foi o da Copa América de 1989, a mesma escassez não ocorreu nos clubes em que passou.

\"As pessoas ainda me param na rua para lembrar da minha carreira. Tenho grandes lembranças de todos os times em que passei. O que fica é o relacionamento, as conquistas\", afirmou o ex-defensor.

Nas intervenções de admiradores nas ruas a que se refere Galvão, estão em pauta a extensa lista de conquistas do ex-zagueiro, incluindo quatro Campeonatos Brasileiros (além do Internacional, ganhou pelo Grêmio em 1996 e pelo Vasco, em 1997 e em 2000). Tão valioso quanto essas vitórias, apesar da menor expressão, foi o triunfo com o Botafogo do Estadual de 1989, ajudando a tirar o Alvinegro de uma fila de 21 anos.

Agora, sua pretensão é estender os títulos, que no currículo sobram na página dos feitos como jogador, para a função de técnico. Para isso, no entanto, Galvão acredita que não depende apenas de si, mas de uma estrutura, com uma diretoria que lhe deposite confiança e tempo para elaborar um bom trabalho.

\"Dizer que o futebol é um meio fácil está errado, porque não é. E fora de campo é mais complicado ainda. Nem sempre o fato de você estar bem preparado para exercer a função é o mais importante\", finalizou.

Caso não consiga emplacar como técnico, Mauro Galvão já traçou um plano \"B\". Assim como seu descobridor para o futebol Falcão, que após uma má passagem à frente da seleção brasileira resolveu dedicar as atenções à atividade de comentarista, o \"capitão\" também pode aventurar-se como analista de futebol.

Galvão já tem certa experiência na função e não descarta essa frente profissional. \"Às vezes até vou para comentar, mas não tem nada definido. Pode vir a acontecer, mas com o tempo posso ter condições de avaliar melhor\", indicou.

A prioridade, no entanto, é prosseguir à beira do gramado, o que é encarado por Mauro Galvão como uma extensão da carreira de jogador. \"Virar treinador é até uma coisa natural pelo fato de ter jogado durante muito tempo\".

Fonte: Pelé.Net