Futebol

Saiba mais sobre Felipe Bastos

– Meu nome é Fellipe Bastos, tenho 20 anos, comecei no Botafogo, passei pelo futebol da Europa e agora estou no Vasco e quero dar muitas alegrias ao torcedor.

Se a estreia com gol não bastou, Fellipe Bastos fez questão de, antes de iniciar a entrevista exclusiva com a equipe de reportagem do LANCE!, ontem, em São Januário, enfim “se apresentar” ao torcedor vascaíno. Volante, jovem, e com passagem pelo futebol europeu, ele teve sua primeira oportunidade no time no sábado passado, contra o Ceará, e logo deixou sua marca.

E a boa estreia já fez com que o antes anônimo passasse a fazer parte do time dos astros. Se antes só era possível ouvir a torcida gritar o nome “Felipe” quando o camisa 6 estava em campo, ontem os vascaínos só queriam saber do Bastos, que tem no nome um “L” a mais.

– É normal as pessoas não me conhecerem. Saí do Brasil cedo e não tive muito espaço na Europa. Mas sabia que meu momento chegaria. E chegou – disse o autor do segundo gol na vitória por 2 a 0, no Castelão.

Ao término da partida contra o Ceará, Fellipe Bastos era um dos mais eufóricos. Feliz com a estreia, ele contou como foram os momentos que antecederam seu gol.

– Assim que o PC ameaçou me chamar, já fui correndo. Passou um filme na minha cabeça. Assim que entrei, arrisquei alguns chutes para ganhar confiança e, quando teve a falta, conversei com a bola, pedi uma ajudinha... Para ela entrar (risos).

Saí de campo e todos me deram os parabéns. Foi emocionante – lembrou o camisa 21 do Vasco.

Como o próprio Fellipe faz questão de ressaltar, ter estreado bem, contudo, foi apenas um de seus primeiros objetivos alcançados. O volante quer muito mais...

– Queria estar entre os 18 e ser relacionado. Depois estrear bem. Feito isso, agora quero conquistar meu espaço e chegar à Seleção. Tenho idade olímpica e, como sonho alto, quero vestir a Amarelinha. Trabalho para isso – destacou Fellipe, confiante.

Bate-bola

O torcedor vascaíno pouco conhecia Fellipe Bastos. O que dá para falar sobre a sua carreira?
Bom, comecei no Botafogo. Cheguei lá com oito anos de idade e passei por todas as categorias de base. Depois tive uma passagem pelo futebol europeu. Joguei pouco lá, não consegui me firmar. E, para um jogador da minha idade é sempre importante estar jogando. Agora voltei para o Brasil e estou no Vasco, que é um clube grande e importante.

Ter saído cedo do Brasil complicou sua adaptação?
Com certeza. É difícil ficar longe da família. Tive dificuldades, mas os companheiros me ajudaram. O Luisão, zagueiro, era como um pai lá no Benfica. Sou grato a ele.

E aqui no Vasco?
Éder Luís, sem dúvidas, é um cara que tenho muita amizade. Estávamos lá no Benfica e chegamos juntos ao Vasco. Mas sou amigo de todos no clube. O ambiente é muito bom.

E como você avalia sua estreia pelo Vasco?
Foi muito mais do que eu podia imaginar. Fiquei muito feliz e acho que me comportei bem em campo. Quero fazer mais.

Família motivou volta ao Brasil
Foi à procura de um maior convívio com os familiares que Fellipe Bastos agarrou a oportunidade de se transferir para o Vasco nesta temporada. O jogador é muito apegado aos pais, dona Damiana e seu Feliciano, e tem o nome do casal tatuado um em cada braço.

A esposa Rafaela também teve peso na decisão do jogador. Ano passado, para se tratar de uma tuberculose, ela teve de se afastar do marido e voltar para o Brasil. Hoje, ela já está melhor, em fase final de tratamento da doença.

Amizade com Alex Teixeira foi fortalecida ainda mais
Fellipe Bastos e Alex Teixeira são amigos desde a infância, quando eram rivais nos campeonatos de base no Rio. Com o passar dos anos, a dupla defendeu junta por diversas vezes a Seleção Brasileira. Mas a amizade foi ainda mais fortalecida após o acerto com o Vasco.

– Nos enfrentamos desde que tínhamos apenas oito anos, eu jogando pelo Botafogo, ele pelo Vasco.

Mesmo rivais, já eramos amigos. Na Seleção, fomos companheiros e estávamos sempre juntos. Foram momentos de que não me esquecerei nunca. Agora que acertei com o Vasco, acho que ele será ainda mais meu amigo (risos) – disse Fellipe, que possui até mesmo uma foto ao lado do amigo na cabeceira de sua cama.

Ninguém ficou mais feliz com a chegada de Fellipe Bastos ao Vasco do que Alex Teixeira. Afinal, a torcida agora será dupla: – O Alex torce muito pelo Vasco.

ele foi criado aqui e temumagrande identificação. Quando soube que eu viria, ficou feliz, me deu boa sorte e que ia torcer ainda mais (risos).

E ao que parece, apesar de estar Ucrânia, Alex Teixeira, que defende o Shakhtar Donetsk, realmente não deixou a paixão peloVasco de lado...

E nem a amizade pelo amigo.

– Após o jogo contra o Ceará, já recebi uma mensagem do Alex me parabenizando pelo gol. Ele ficou feliz, afinal, além de meu amigo é torcedor do Vasco. Espero dar mais alegrias a ele – contou o volante.

\"A briga por vaga está complicada\"

Bruno Marinho, setorista do Vasco

Fellipe Bastos tem qualidade, isso já ficou claro nos treinamentos. O jogador tem mais do que um chute forte. Ele toca bem a bola, o que é muito importante no esquema que o técnico Paulo César Gusmão gosta de usar, com três jogadores de mais marcação no meio de campo.

O problema é que a concorrência é muito forte. Rafael Carioca e Nilton vivem boa fase.

Rômulo é uma aposta, visto como jogador de potencial para uma futura negociação e só corre o risco de ser sacado quando PC escalar Felipe e Carlos Alberto juntos no meio.

A verdade é que, atualmente, Fellipe Bastos está garantindo uma vaga no banco. Para quem foi poucas vezes relacionado, já é um avanço.

\"Tem qualidades e é muito dedicado\"

Luisinho Rangel, técnico de Fellipe Bastos em 2007, na base do Botafogo

O Fellipe era sempre convocado para as Seleções de base e por isso ficava fora do Botafogo muito tempo. Sempre vi um futuro grande nele.

Foi uma pena ele sair do Brasil tão cedo, pois é um jogador que sempre teve muito potencial. Ele foi para os juniores sem jogar no juvenil, tamanha a sua qualidade. Dentro de campo, sempre mostrou qualidade na bolas paradas e tinha muita liderança.

Saía por último do campo, ficava treinando até tarde. Era dedicado. Acredito que tem tudo para dar certo no Vasco, principalmente sendo treinado pelo PC Gusmão. Ele só teve oportunidade agora porque estava se readaptando ao futebol brasileiro. Mas vai crescer mais.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)

Fonte: Jornal Lance