Rômulo, ex-Vasco e hoje na Rússia, afirma desejo de voltar ao clube
Após quase quatro anos vivendo na Rússia, o volante Rômulo ex Vasco já está bem adaptado ao país Europeu. A comunicação é o menor dos problemas, já consegue entender tudo o que falam e consegue dizer boa parte das coisas. Mesmo estando feliz por lá, a vontade de voltar ao Brasil e ''quem sabe para o Vasco'' é grande, mas a cabeça no momento é de se firmar pelo continente. Sereno e lúcido quando tocado no assunto, ele ainda sonha em voltar a vestir a camisa da Seleção Brasileira.
Mesmo adversário deste domingo, o Avaí também foi rival na semifinal da Copa do Brasil de 2011. Presente naquela partida, Rômulo lembra de cada detalhe daquele momento, no qual o Vasco venceu por 2 a 0, na Ressacada. A situação na época era bem diferente da atual. Se antes a conquista foi compensada com uma taça, hoje ela vem com a permanência na primeira divisão. Mesmo com momentos tão distintos, o meia garante que a postura tem que ser a mesma e dá o segredo do sucesso para essa equipe conseguir o objetivo final: motivação e confiança.
Outro ponto lembrado pelo jogador é a impaciência da torcida do Vasco com os mais jovens. Constestado no início e passando pela mesma situação de brigar para não cair em 2010, ele deu a volta por cima, conquistou título pelo clube, e hoje virou um jogador valorizado no futebol internacional.
Canal Vasco: Como vai sua vida na Rússia?
Rômulo: Estou muito bem adaptado aqui, depois de tanto tempo já conheço o suficiente para viver tranquilo. Consigo entender tudo sem problema, vou aos lugares, peço as coisas, então passar fome, eu não passo(risos).
CV: Você tem acompanhado o Vasco? Acha que dá para virar?
R: Acompanho sempre. Acho que dá para virar sim, agora que o time melhorou, entra mais confiante nas partidas e vem jogando muito bem. Parece um time mais motivado depois da entrada do Jorginho. Acredito que ele tenha um papel importante nessa evolução.
CV: Recorda daquela semifinal de 2011, contra o mesmo Avaí de domingo?
R: Lembro tudo que envolveu aquela decisão. O primeiro jogo foi muito complicado, empatamos no sufoco no final do jogo com o Diego Souza de pênalti. Fomos para a segunda partida precisando fazer o resultado, a imprensa colocava uma dúvida na nossa classificação. Mas a segunda partida, la ná Ressacada, foi diferente. O time entrou com tudo, até pela provocação que fizeram com a gente, disseram que iam nos atropelar. Ganhamos bem e acredito que tenha sido o melhor jogo que fizemos naquela Copa do Brasil.
CV: Qual o paralelo que faria daquela situação do Vasco com a atual?
R: As duas partidas podemos ver como finais. Naquele momento precisávamos vencer para chegar na final. Agora o Vasco necessita dos três pontos para se livrar do rebaixamento. A motivação e confiança tem que ser a mesma que a nossa em 2011. Continuar na primeira divisão vai ser como um título para o clube.
CV: Você foi um jogador que demorou um pouco para se firmar no time titular, a torcida pegava no seu pé. Acredita que isso foi um dificultador?
R: Acredito que sim. É muito complicado jogar com o torcedor vaiando toda jogada. Parece que os adversários ficam mais rápidos, a perna pesa. É bem difícil mesmo.
CV: O que diria para os mais jovens que estão começando a ter a oportunidade no profissional?
R: Para terem tranquilidade e paciência. Não deixar a cobrança que vem de fora interferir no seu rendimento dentro de campo. Não dar ouvidos as vaias para jogarem tudo que sabem.
CV: Tem vontade de um dia voltar ao Vasco?
R: Quem sabe. Sou profissional, mas voltar para o Vasco um dia seria bem legal.
CV: Ainda dá tempo de vermos o Rômulo na Copa do Mundo de 2018, aí na Rússia?
R: Sempre tem tempo, venho trabalhando forte para isso. Meu foco é estar bem para um dia voltar para a Seleção Brasileira.