Romário agradece a parceiros que teve na carreira
De Roberto Dinamite a Leandro Amaral, passando por Ronaldo, Edmundo, Euller e Alex Dias, Romário agradece a todos os parceiros que o ajudaram na caminhada até o \"milésimo\" gol. Contudo, o centroavante não esconde que Bebeto, companheiro de ataque na seleção brasileira que conquistou a Copa de 1994, foi sua melhor dupla.
Tanto que Romário fez um agradecimento público a todos os parceiros, mas principalmente a Bebeto. \"Agradeço muito a todos que estiveram comigo. Tive grandes companheiros como Euller, Alex Dias e Ronaldo. Mas, para mim, o que mais me ajudou foi o Bebeto\", disse Romário.
Logo no início de sua carreira, em 1985, Romário teve o privilégio de formar dupla de ataque com o maior ídolo da história do Vasco. Jogando ao lado de Roberto Dinamite, o Baixinho foi o artilheiro do Campeonato Estadual do Rio por dois anos seguidos - 1986 e 1987. Além disso, foi bicampeão estadual em 1987 e 1988.
Primeiro parceiro de Romário, Roberto Dinamite lembra que, desde cedo o Baixinho já mostrava ser um artilheiro nato.
\"O que fica é o primeiro momento do Romário. Tínhamos uma bela equipe e ele entrou num momento muito bom. De toda bola que eu pegava, 90% delas metia para ele. De duas que recebia, uma metia para dentro. Um grande jogador\", recordou Roberto, revelando que o talento já lhe rendia certas \"regalias\".
\"Era um jogador diferenciado e teve um tratamento diferenciado dos outros. No começo, eu pedia para ele voltar e marcar o lateral. Mas, dentro do que foi conversado, percebi que era melhor deixar ele voltar só até meio-campo\", continuou Dinamite.
DINAMITE: O 1º PARCEIRO
Não é à toa que Romário admite abertamente que Bebeto foi seu parceiro de ataque preferido. Embora não fossem grandes amigos fora de campo, dentro dele ambos sempre se entenderam muito bem. Eles fizeram tanto sucesso pela seleção brasileira principal que transformaram a dupla em uma das mais lembradas e bem-sucedidas de todos os tempos.
Com a camisa verde e amarela, juntos, Bebeto e Romário conquistaram, além da medalha de prata nas Olimpíadas de 1988, a Copa do Mundo de 1994 e a Copa América de 1989. Eles também chegaram a formar dupla no Flamengo, mas por pouco tempo - Romário se transferiu para o Valencia pouco depois da chegada de Bebeto, em 1996.
Ainda pela seleção brasileira, Romário também editou uma parceria de sucesso com Ronaldo. Juntos, eles conquistaram a Copa América e a Copa das Confederações, ambas em 1997. Além disso, obtiveram um ótimo retrospecto: 14 vitórias em 19 jogos disputados.
Entre tapas e beijos com Edmundo
Fora Bebeto, o parceiro de ataque que mais marcou a carreira de Romário - mais pela convivência entre tapas e beijos fora de campo do que pelo desempenho da dupla no gramado - foi Edmundo.
O não menos polêmico jogador transitou entre o grupo de \"peixes\" (expressão usada pelo Baixinho para se referir aos amigos) e desafetos de Romário. Em 1995, quando compuseram o frustrado \"ataque dos sonhos\" com Sávio, no Flamengo, eles chegaram a formar uma parceria quase inseparável, que se estendeu até à música, com o \"rap dos bad boys\".
Mas a amizade começou a acabar por vaidades - tanto por prestígio, na área esportiva, quanto por dinheiro, na musical. Edmundo começou a reclamar que Romário tinha privilégios demais no Flamengo e, rapidamente, ambos pararam de se falar. Naquele ano, o Baixinho não foi artilheiro de nenhum torneio.
\"Pior ataque do mundo: Sávio, Romário e Edmundo. Essa musiquinha até que era bonita. Mas não sei porque não deu cerro. Talvez por vaidade, por um querer aparecer e fazer mais do que o outro. Além disso, aquele ano não era do Flamengo. Deu tudo errado. Foi um ano realmente negativo\", admitiu Romário em entrevista à TV Globo.
\"Mas que tinha tudo para dar certo tinha. Apesar de serem três jogadores da mesma posição, os três tinham características diferentes. O Sávio jogava pela ponta esquerda, o Edmundo pela direita e eu pelo meio\", continuou.
Após a saída de Edmundo, em 1996, Romário fez boa dupla de ataque com Sávio no Flamengo. Juntos, eles conquistaram o Campeonato Estadual de 1996 de forma invicta pelo time rubro-negro. E o astro foi artilheiro do certame.
Apesar das desavenças entre Romário e Edmundo no Flamengo, o Vasco apostou na reedição da dupla em 2000, para a disputa da primeira edição do Mundial de Clubes da Fifa. Mais uma vez, a parceira não rendeu títulos e sofreu rusgas.
Mesmo com tudo isso, o Fluminense reuniu a dupla pela terceira vez em 2004. No início, eles ensaiaram uma trégua. Mas a fogueira de vaidades no grupo foi alimentada ainda mais com a presença de outros \"medalhões\" como Roger e Ramon - que travavam uma disputa velada pela camisa 10 com Edmundo.
Assim, Romário e Edmundo não ficaram sozinhos no foco das polêmicas nas Laranjeiras, o que não deu tanta repercussão na mídia às desavenças entre os controversos jogadores.
Com Euller, recorde de gols num ano
No entanto, após as parceiras frustradas com Edmundo, Romário voltou a ter bons companheiros de ataque. Por sinal, entre 2000 e 2002, ele conheceu um dos melhores: Euller, que contribuiu para muitos gols do Baixinho. \"Me sinto muito honrado em tê-lo ajudado a chegar a essa marca\", comentou Euller.
Com muita velocidade, Elluer corria pelo colega pelos flancos e dava muitas assistências para o camisa 11. Tanto que, atuando ao lado de Euller, Romário foi artilheiro dos Campeonatos Brasileiros de 2000 e 2001, além da Copa Mercosul de 2000. Além isso, o astro alcançou seu recorde de gols numa temporada. Em 2000, balançou as redes 73 vezes em 75 partidas - seu melhor desempenho como profissional.
\"Optei por ir para o Vasco em 2000 por causa das nossas características. Sempre achei que poderia dar certo, como de fato deu. Tenho facilidade para fazer assistências e ele para finalizar. Isso casou perfeitamente\", disse Euller.
\"Igual a ele, na área, sinceramente, nunca vi. O posicionamento dele dentro da área facilitava muito para mim. O Romário também me ajudou bastante\", acrescentou o \"Filho do Vento\".
Na reta final, Alex Dias e Leandro Amaral ajudam
Mais tarde, em 2005, Romário conheceu outro parceiro de ataque com quem formou uma dupla eficaz. Ao lado de Alex Dias, o Baixinho tornou-se artilheiro do Campeonato Brasileiro, mesmo com quase 40 anos de idade, com 22 gols.
\"Jogar com ele foi a realização de um sonho. Eu sempre fui fã do Romário, que é um jogador totalmente diferenciado. Além disso, fiquei amigo dele no tempo em que nós convivemos. Ele também mostrou ser uma excelente pessoa\", avaliou Alex Dias.
Após se aventurar nos EUA e na Austrália em 2006, Romário voltou ao Vasco em 2007. Desde o início de fevereiro, ele forma dupla de ataque com Leandro Amaral, que ajudou na corrida final pelo \"milésimo\" gol.
Na partida contra o Volta Redonda, pelo Campeonato Estadual do Rio, por exemplo, Leandro Amaral deu passes para dois dos três gols marcados por Romário.
\"O Leandro Amaral é um cara que me ajudou demais e eu só tenho a agradecer. Não estou convocando ninguém, mas acho que o Dunga [técnico da seleção brasileira] já podia começar a olhar. Ele é um dos melhores atacantes que atuam no Brasil atualmente\", classificou Romário.
\"É uma satisfação muito grande poder ajudar ele a fazer gols. Ele é um mito do futebol, um jogador diferenciado. Por onde passou, sempre fez muitos gols e história. É um dos melhores atacantes que já vi jogar. Dentro da área, qualquer bola que ele receber, seja no alto, ou embaixo, ele é praticamente 100%\", comentou o atual parceiro de ataque de Romário.
A ajuda de Leandro Amaral a Romário, aliás, rendeu até uma reclamação do camisa 11. \"Eu tenho 41 anos e os caras ficam me procurando em campo. Mas se eles saem dez metros na frente, como eu vou acompanhar? Eu mandei os caras pararem de tentar passar a bola para mim. Tem de fazer o gol\", revelou o veterano atacante.
- SuperVasco