Roberto Monteiro esclarece as acusações
Após Alexandre Campello afirmar que entende haver uma tentativa de burlar o processo eleitoral do Vasco, e o presidente da Assembleia Geral Faues Cherene Jassus, o Mussa, se posicionar, nesta quarta-feira foi a vez de o presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, esclarecer as acusações.
Em uma série de vídeos publicados no Twitter, Monteiro se disse isento no processo de checagem da lista de sócios aptos a votar, afirmou que Campello e Mussa têm interesse direito na eleição e tentou esclarecer supostas irregularidades apontadas por Campello, especialmente a inclusão de 46 nomes na lista.
- Em nenhum momento sou candidato. Buscamos a todos momentos a lisura e rigidez do processo eleitoral. Infelizmente, dois presidentes de poderes estão envolvidos. Um é candidato à reeleição, que é o presidente Campello, e o Mussa, que é um presidente partidarizado da chapa Sempre Vasco. Isso todos sabem, e assim ele tem agido. Em ambos os casos não há a devida isenção no processo eleitoral. Ao contrário de mim, que não estou aqui trabalhando para nenhum candidato. Estou apenas fazendo o meu trabalho. Eu desafio alguém a provar o contrário. Tenho sido uma pessoa totalmente isenta no processo. As falhas acontecem com qualquer ser-humano. Não estou dizendo aqui que, em relação aos presidentes Campello e Mussa, houve má fé - disse Monteiro.
Inclusão de 46 nomes na lista
Sobre os 46 nomes incluídos pela Junta Deliberativa, apontados pelo presidente, em sua maioria, como sócios irregulares ligados à Identidade Vasco, grupo de Roberto Monteiro, o presidente do Conselho Deliberativo explicou os critérios adotados.
- Eu realmente conheço alguns desses nomes, mas não conheço todos. Percebi que desses 46 nomes apresentados, temos quatro beneméritos. Estranhamente são nomes que não estavam na lista, mas todos sabem que beneméritos são nomes que devem estar na lista. Um benfeitor remido conhecidíssimo, já foi diretor e vice-presidente do Roberto Dinamite. E o presidente Campello me parece que queria mantê-lo fora. Outros 20 sócios ativos que por acaso tinham seus comprovantes de pagamento. Isso consta na própria planilha que o Vasco apresentou. E seis sócios-proprietários que, apesar de constarem como suspensos inadimplentes, a Junta Recursal, por unanimidade, deferiu seus recursos.
- Realmente tem um conselheiro do Identidade Vasco. Isso porque o Vasco se recusou a receber o pagamento dele, ele fez todo seu pagamento em depósito na conta do Vasco. Portanto não podemos considerar que ele está inadimplente com o Vasco, só porque o clube não quis receber o pagamento porque ele é de outro grupo político perseguido pelo Vasco. Ele fez sim seu pagamento e tem lá toda comprovação de depósitos.
Sócios excluídos da lista
VÍDEOS DE ESCLARECIMENTO pic.twitter.com/POj37jQDhX
— Roberto Monteiro (@rmonteir0) September 9, 2020
Monteiro também justificou a exclusão de vários nomes da lista de sócios que estariam aptos a votar na eleição do Vasco, marcada para 7 de novembro.
- Agora vamos esclarecer qual foi o critério que adotamos para a exclusão ou não de sócios. A Junta já havia deliberado que os sócios anistiados não fariam parte dessa lista em reunião da AGE. Entendíamos que os sócios que estivessem anistiados, com uma data retroativa de 2009, 2010 e 2011, estariam de fora. Mas entendemos que cabe a cada um desses sócios o direito de recurso. Se eles apresentarem todos os comprovantes de pagamento desde então e se mostrarem que participaram das eleições em 2014 e 2017, não há porque impedir o regresso desse sócio. Mas por se tratar de um processo em que o título foi cancelado e ele não poderia gozar de anistia, esses sócios ficaram de fora.
- São 362 sócios com algumas inconsistências, como benfeitor remido, como ausência de pagamento de joia, descontos indevidos em mensalidades, migrações indevidas... esses devem apresentar seus recursos e regularizar. Esses sócios estariam irregularidades, de acordo com informações fornecidas pelo próprio clube, perante a Junta. Não cabe à Junta.
- A Junta retirou os sócios acima 90 anos porque entendia que tinha muitos dados de falecidos. Foram cerca de 900 cortes em função da idade. Além disso apresentamos ao Vasco uma lista que tem em média de 130 abaixo de 90 anos para o Vasco conferir. Detectamos que ainda constam alguns falecidos que ainda constam na lista - concluiu Monteiro.
- É um processo sem face. Não olhamos em nenhum momento quem eram as pessoas que estavam sendo retiradas. Apenas analisamos as inconsistências financeiras. A gente tem que ter muito cuidado para apontar o dedo para não injustiçar os sócios por um erro dentro do sistema do próprio Vasco. Não houve perseguição em nenhum momento a quem quer que seja – concluiu Monteiro.
Fonte: ge