Futebol

Ricardo Gomes pensa em voltar ao futebol francês no futuro

Ricardo Gomes tem bem definido na cabeça o que quer para o futuro. Hoje, cabeça e alma estão no Vasco, pois foi em São Januário que conquistou o título mais importante da carreira como treinador – a Copa do Brasil. Mas, sem pestanejar, o ex-zagueiro não esconde o desejo de retornar ao futebol europeu, em especial o francês, e num prazo aproximado de dez anos abandonar a área técnica.

Aos 46 anos, culto, bem resolvido financeiramente, Ricardo Gomes avisa que a desgastante tarefa de técnico tem prazo de validade. Faz parte de seus planos se despedir da profissão mas continuar mexendo com futebol. Empresariar atletas? Nem pensar. “Não combina comigo”, diz. Pelo perfil, estaria mais próximo de assumir um cargo executivo.

“Empresário não dá! Não combina comigo. Daqui a dez anos, estarei com 25 de profissão. Com mais a bagagem de jogador, você tem boa história aí pars contar. Pode ser um cargo ligado a gestão, sim”, conta o treinador.

“Estou desde os 8 anos de idade no esporte. Comecei no futsal do Vila Isabel, depois fui para o Fluminense e minha carreira como jogador aconteceu. Tenho muita informação sobre futebol. Vivenciei muita coisa. Posso de alguma forma usar isso depois que parar”, completou o técnico.

Ricardo Gomes teve uma carreira bem sucedida como zagueiro, chegando à seleção brasileira nos anos 80 e 90. Com técnico, havia conquistado em 1999 um título com o Vitória e só agora tem o nome e o trabalho reconhecidos no cenário nacional com a Copa do Brasil. Antes, porém, fez história na França, dirigindo Bordeaux e Monaco. São pré-requisitos que julga ser indispensáveis para emprestá-los para fora das quatro linhas.

Porém, antes de trocar o boné e o apito pelo blazer, ele quer desfrutar novamente das belezas de Monaco, Bordeaux...Pela primeira vez, ele falou abertamente sobre a proposta do Bordeaux, que há um mês o sondou querendo levá-lo de volta. Ricardo contou ao iG que quase aceitou a proposta.

“Se eu penso em voltar para a Europa? Penso, sim. Eu quase fui para o Bordeaux há um mês. Só não fui pelo Vasco. Olha, se eu tivesse duas, três semanas de contrato”, respira o treinador, simulando uma conversa com o presidente Roberto Dinamite: “(Coçando a testa) Roberto, olha só...os caras vieram me oferecendo um ótimo contrato por dois anos....\", brinca o treinador, completando: \"Se eu não estivesse aqui e vivendo aquele momento com as finais da Copa do Brasil, teria ido. Mas não sou de largar trabalho no meio”, revela o técnico.

O desejo de voltar é grande. Não por ora, pois garante ter sido bem recebido desde que chegou no Vasco e está muito feliz no clube de São Januário. Mas futebol é cíclico. E amanhã Ricardo pode não estar mais na Colina. Quando isso acontecer, se os franceses o quiserem, muito provavelmente a resposta será “sim”.

“Aquilo lá é uma outra realidade. Outro mundo. Você senta para almoçar e ao seu lado está Jacques Villeneuve, Fernando Alonso, Schumacher. Adoro aquele lugar, aquele ambiente. Lugar lindo, maravilhoso”.

Fonte: iG Esportes